Quer ser doadora de óvulos?
Para determinar se uma mulher é saudável e está em condições de proceder à doação, é fundamental uma criteriosa avaliação das mulheres candidatas. Conheça todo o processo.
Os aspetos económicos não são e não devem ser o principal motivo da doação. Assim um número apreciável de candidatas a este processo já são dadoras de sangue ou de medula óssea. A dadora de óvulos recebe uma compensação financeira que não depende do número ou da qualidade dos ovócitos obtidos. Esta quantia é para compensar o tempo gasto, os incómodos associados à administração das injeções e ao tratamento, despesas com deslocações e as possíveis faltas ao trabalho durante todo o processo.
A clínica onde é realizado o projecto de doação deve sempre ter como objetivo que a dadora conceba o processo de doação como uma valorização pessoal e como uma prática altruísta, por um lado, mas que simultaneamente esteja bem informada de todas as particularidades do tratamento e dos seus riscos.
Quaisquer que tenham sido os motivos para doar ovócitos, as dadoras nunca devem esquecer que os casais ficarão eternamente gratos por essa decisão.
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O ciclo de tratamento da dadora
Os procedimentos médicos são idênticos aos que são realizados numa Fertilização in Vitro (FIV).
Num ciclo de doação, pretende-se estimular os ovários a produzirem mais ovócitos do que num ciclo normal, com recurso a medicação similar à utilizada nas mulheres que realizam uma FIV. Antes de iniciar o tratamento, os ciclos da dadora e da receptora têm que ser sincronizados, utilizando-se para esse objetivo uma pílula ou outros medicamentos hormonais. O tratamento da dadora tem uma duração 15 a 17 dias, a maioria do qual corresponde ao período de administração dos medicamentos. Assim, normalmente no segundo ou terceiro dia da menstruação do ciclo de tratamento, inicia-se uma estimulação dos ovários com hormonas injetáveis (gonadotrofinas) que permitem o crescimento de um número maior de folículos (pequenos sacos de líquido no interior dos quais se encontram os ovócitos (ou óvulos)).
As injeções subcutâneas são administradas diariamente pela própria dadora durante cerca de nove a doze dias, de uma forma simples, com recurso a um dispositivo semelhante ao usado pelos diabéticos para a administração de insulina. Durante este período, são realizadas duas a três ecografias ginecológicas com sonda vaginal para determinar o grau de resposta dos ovários.
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Após o amadurecimento dos folículos, é administrada uma injeção subcutânea que liberta os ovócitos para o líquido folicular e cerca de 36 horas depois procede-se à sua punção para colheita dos óvulos. Este procedimento, que demora aproximadamente 30 minutos é guiado por ecografia pélvica vaginal, sob sedação ou anestesia para evitar a dor e desconforto. Após a colheita dos ovócitos a dadora fica sob vigilância cerca de duas a três horas (não tem que ficar internada para o dia seguinte), e pode ao ter alta fazer a sua vida praticamente normal.
O processo de fertilização continua no laboratório, onde os ovócitos obtidos são fertilizados com esperma do marido do casal receptor. Dos embriões resultantes, um ou dois são posteriormente implantados no útero da receptora.
A dadora terá a sua menstruação dentro de sete a dez dias e o sistema hormonal e o ciclo menstrual voltam ao normal rapidamente. Um mês após a concretização da doação é feita uma consulta médica de seguimento e onde são também colhidas as opiniões da dadora sobre o todo processo.