EDITORIAL

Uma está no primeiro plano e é temporária, a outra é subliminar e será duradoura. O certo é que, nesta luta paralela de titãs, leia-se EUA e China, quem encontrar a vacina vai sair como novo líder da ordem mundial. Pelo menos, é fundamental para a sua consolidação. Digo eu que apenas faço contas de merceeiro.

Sempre vivi com a ideia de que pertencia a uma geração privilegiada. Nasci em liberdade, em 1975, nunca me faltou nada, andei à escola, na universidade, saí muito com amigos, fiz algumas viagens, comecei a trabalhar… Sempre tive esta ideia em comparação com as gerações precedentes, em que se viveu debaixo de uma ditadura, num Portugal profundamente iletrado, a braços com uma Guerra Colonial, pobre e sem liberdade. Durante muito tempo achei que não tínhamos grandes lutas para travar. Os nossos antecessores deixaram-nos um mundo relativamente confortável. E, de facto, assim foi durante muitos anos.

Numa altura em que fomos obrigados a aprender e a pôr em prática a chamada etiqueta respiratória, que tal aproveitarmos a onda e aprendermos também um bocadinho de etiqueta digital? A intercomunicação agradece.

Anda sempre a queixar-se de que não tem tempo para nada? Pode agora, neste recolhimento preventivo, fazer tudo aquilo que sempre desejou: ficar no sofá a despachar séries, brincar horas a fio com o seu filho, não ir trabalhar, ter conversas deliciosas em casa, fazer um bolo…. Ou, afinal, a sua rotina não era assim tão má?

Num mundo com tanta informação, contrainformação e as chamadas fake news, é preciso um cuidado redobrado no que se consome e partilha. A informação é poder e estar bem informado dá-lhe visão analítica do mundo e capacidade de decisão consciente, seja em que área da vida for. E esse é um dever de todos nós, se queremos uma sociedade adulta a responsável.

Goste-se ou não se goste, factos são factos. Greta Thunberg pôs o mundo a falar de ambiente e a pressionar as agendas políticas para se ajustarem às novas exigêcias da população. Se isto não é merecedor de ser considerada a Personalidade do Ano, não sei o que é.

O problema não está na carne que consumimos proveniente das vaquinhas da aldeia, mas sim na produção intensiva de vacas, frangos, salmão, abacates… que é feita a grande escala pelo planeta e que depois viaja também a grandes distâncias para todo o mundo. Omnívoros, flexivegetarianos, vegetarianos e veganos deviam preferir produção nacional, sustentável e biológica. Para assim ajudarmos realmente o ambiente.
mulher a entregar maça

São cada vez mais as pessoas que tomam consciência de que o modus vivendi da sociedade atual nos está a colocar um muro à frente, logo é preciso fazer diferente, é preciso cada um fazer a sua parte e deixar de agir como se todos os recursos fossem eternos e intermináveis. Não são.

A responsabilidade destes programas é das televisões que decidiram po-los no ar, em completo contraciclo com aquilo que a sociedade está a tentar almejar. As televisões continuam a ser as ‘educadoras do povo’ e têm responsabilidades, como qualquer órgão de comunicação social, seja na área de informação ou de entetenimento. E não passar programas discriminatórios é uma delas.

Não só porque há variadíssimas correntes às quais os consumidores podem aderir, como há novos alimentos a entrar na alimentação humana.