Escaldões: o que deve saber e porque evitar
Crianças, pessoas de pele clara que se queimam facilmente, as que têm muitos sinais, as que têm algum familiar com cancro da pele e os idosos são mais vulneráveis à exposição solar.

O verão traz consigo o sol e as temperaturas mais elevadas, que convidam a atividades ao ar livre, sejam convívios, atividade física ou horas de praia e piscina. E se é verdade que a exposição ao sol é agradável nesta altura, também tem benefícios para a saúde, pois pequenas quantidades de radiação ultravioleta são necessárias e benéficas para produção da vitamina D3.
No entanto a exposição excessiva à radiação solar, sem proteção, é um risco para a saúde: no imediato, pode levar a queimadura solar ou, em casos mais graves, insolação. Além disso, a longo prazo, os danos cumulativos causados pela radiação UV podem levar ao envelhecimento precoce da pele, bem como ao cancro de pele.
O que é um escaldão?
As queimaduras solares, ou escaldões, consistem numa inflamação da pele em resposta à exposição a radiação solar (raios ultravioleta).
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Durante a exposição ao sol, a queimadura pode não ser imediatamente evidente, mas passadas algumas surge vermelhidão (que continua a agravar ate às 24h seguintes), sensação de calor/latejar, dor e maior sensibilidade ao toque e, nos casos mais graves, inchaço e bolhas. Os escaldões podem ainda provocar febre e deixar cicatrizes na pele.
As queimaduras solares podem acontecer em qualquer lugar do corpo, sendo mais frequentes em nas áreas mais expostas à radiação, como a ponta do nariz, dos lábios, a área dos olhos, da testa e das bochechas. Também a parte superior do peito, o pescoço, o peito do pé, os ombros, as orelhas e o couro cabeludo são áreas que queimam rapidamente.
Quem está em maior risco?
As crianças, as pessoas de pele clara que se queimam facilmente, as que têm muitos sinais e as que têm algum familiar com cancro da pele e os idosos são mais vulneráveis à exposição solar.
No entanto, lembre-se que mesmo quem tem a pele bronzeada não está protegido contra escaldões, nem um escaldão prepara a pele para o sol! Mesmo as pessoas mais morenas devem proteger a sua pele com um creme solar com um fator de proteção elevado.
Para evitar estes riscos, proteja-se do sol. As crianças, as pessoas de pele clara que se queimam facilmente, as que têm muitos sinais e as que têm algum familiar com cancro da pele e os idosos são mais vulneráveis à exposição solar.
Que consequências a longo prazo?
As agressões solares a que a pele for sujeita têm um efeito cumulativo, aumentando a longo prazo o risco de vários problemas, entre eles o aparecimento de manchas na pele (chamado melasma ou vulgo “pano”), o envelhecimento da pele e o cancro. A exposição demasiado frequente aos raios ultravioletas pode levar a uma alteração irreversível da composição genética das células da pele, que se multiplicam a alta velocidade causando um tumor. Existem vários tipos de cancro da pele causados principalmente pelo sol, sendo o mais grave o melanoma.
Além do impacto na pele, os escaldões também aumentam o risco de problemas de visão e cataratas.
Como aproveitar o sol de forma segura?
Convém recordar que estamos sempre expostos à radiação UV (na praia, no campo, durante a prática de desporto ou trabalho ao ar livre). E mesmo à sombra a radiação reflete-se na água, areia e neve. Informe-se sobre a radiação UV, através de fontes oficiais. Lembre-se que os danos na pele ocorrem quando o índice de radiação UV é moderado (nível 3) ou superior. Um dia de temperatura amena pode esconder um Índice UV elevado!
– Frequente locais com sombra. Deve poder resguardar-se e alternar exposição solar com períodos à sombra.
– Evite sobretudo a exposição solar entre as 11:30 e as 16:30 horas. Não deixe de o fazer nos dias nublados! Se estiver na montanha, tenha em conta que a intensidade dos raios solares é maior devido à altura e pode queimar a pele em menos tempo. Horas “seguras” são aquelas em que a nossa sombra é maior do que nós próprios (“regra da sombra”).
– Proteja-se com chapéus de abas largas, que cubram o nariz, as pálpebras e as orelhas. Proteja-se também com roupa leve, de tecidos densos (pouco porosos), que cubram braços e pernas, quando for possível e adequado.
– Utilize óculos de sol que filtrem as radiações UV A e B.
– Aplique protetor solar de largo espectro (filtram os UVA e os UVB), com fator de proteção alto (30 ou 50). Aplique em toda a pele 30 minutos antes da exposição solar. Não se esqueça das pálpebras, do nariz, dos lábios e das orelhas. Se tiver pouco cabelo, aplique também no couro cabeludo. Depois será necessário repetir a aplicação cada 2 horas e sempre que transpire em demasia ou tome banho.
– Os raios solares refletem-se na água e na areia, pelo que deve proteger-se também quando está dentro de água ou debaixo de um chapéu de sol!
– Tenha atenção à toma de alguns medicamentos que podem aumentar a sensibilidade ao sol e desencadear queimaduras ou alergias na pele exposta ao sol. Aconselhe-se com o seu médico.
E se ocorrer uma queimadura solar?
Se já tem uma queimadura solar:
– Aplique sobre a queimadura panos húmidos e frios durante 10 a 15 minutos várias vezes por dia para aliviar o calor e a dor. Pode também optar por um duche ou banho de água fria (curtos). Depois, aplique uma loção hidratante ou gel pós-solar.
– Se aparecerem bolhas, não as rebente.
– Pode aliviar a dor com medicamentos (paracetamol ou ibuprofeno).
– Proteja a pele queimada de novas exposições solares até que se cure totalmente e depois durante várias semanas.
Lembre-se que o bronzeado da pele não representa mais saúde. Disfrute do sol em segurança e tenha umas ótimas férias!