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Redes sociais: o super-herói de cuecas

Apelido-o assim porque o único talento que possui é esconder-se atrás de um ecrã. Virtualmente tudo fica mais fácil e à sua maneira, muito à sua maneira, acha que salva o mundo. No entanto, não passa de um verdadeiro cobarde. Diz e tece comentários que nunca seria capaz de fazer presencialmente.

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O advento da Internet trouxe diversas mudanças para a sociedade, sendo a possibilidade de expressão e sociabilização por meio das ferramentas de comunicação mediadas pelo computador a mais significativa. É neste contexto que também as redes sociais ganham sentido e significado. O advento e popularização das redes sociais têm transformado a forma como as pessoas comunicam, seja entre amigos, seja entre marcas.

 

Há pouco tempo, para se fazer uma reclamação de determinado produto ou serviço, era necessário contatar o serviço de apoio a cliente da empresa. Hoje, basta um post nas redes sociais e tudo muda. Em poucos minutos, milhares de utilizadores tecem comentários e pressionam a uma solução.

 

As redes sociais impactaram profundamente o quotidiano das pessoas, alterando a forma como se relacionam, constroem e percebem valores. Paralelamente, em termos pessoais, os sentimentos vivenciados na vida real são disseminados via redes sociais por meio de gostos, comentários e/ou partilhas.  Hoje as pessoas presenciam um fato positivo ou negativo, registam e transmitem para outros, que dão em escassos minutos a sua opinião sobre a situação.

 

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As redes sociais tornaram-se assim um espaço aberto para que as pessoas deem as suas opiniões, sejam elas positivas, negativas ou neutras, a respeito de determinados assuntos, pessoas, marcas organizações ou governos. Opinar tornou-se fácil. Ao permitirem a construção de uma persona através de um perfil ou página pessoal, permitem a cada um de nós ser quem quiser e viver a vida que quer.

 

E neste contexto estamos na presença de um novo super-herói. Não tem capa, não tem espada e os poderes são nulos. Passam dias, horas infindáveis por detrás de um computador ou de um telemóvel a “vasculhar” o Facebook e o Instagram. Donos de uma sabedoria muito própria, qual divindade, julgam as publicações, tecem comentários e até quem sabe dão sábios conselhos. Fazem ofensas diretas, sem qualquer pudor. Usam os elogios de forma irónica, exclusivamente para humilhar.

 

Possuem acesso facilitado à internet e espalham o ódio em postagens de redes sociais ou sites da internet. Disparam raiva e apresentam-se prontos para se envolver em ataques acesos. Dizem tudo o que pensam sem qualquer filtro e não têm qualquer preocupação com o conteúdo e o impacto da mensagem. Falo-vos de um novo super-herói, o super-herói de cuecas. Apelido-o assim porque o único talento que possui é esconder-se atrás de um ecrã. Virtualmente tudo fica mais fácil e à sua maneira, muito à sua maneira, acha que salva o mundo.

 

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No entanto, não passa de um verdadeiro cobarde. Diz e tece comentários que nunca seria capaz de fazer presencialmente. Nas redes sociais, é possível expressar o seu ódio, dando-lhe uma dimensão pública, receber gostos dos seus amigos/ seguidores sentindo-se assim, validado.

 

Usa linguagem desadequada incitando o ódio e o conflito. Discorda de tudo e de todos, como se fosse dono da verdade e nunca cometesse erros. Um super-herói de cuecas, mas sábio, que estupidez. O seu alvo, qualquer um que tenha ideias contrárias às suas….

 

Mas como impedir que proliferem? Minimizando impacto do seu gesto, não promovendo o “idiota de cuecas”, a portador da verdade e da sabedoria. Lembre-se: um comportamento só faz sentido de tiver público. Sem público, não tem interesse. O super-herói de cuecas anda claramente à procura de público e precisa de palco. Cabe-lhe a si, que está no comando, decidir e determinar o palco que lhe dá.

 

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