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Por que as pessoas que mais ajudam são as que mais sofrem?

O fenómeno das "almas cuidadoras" tem uma base psicológica profunda e pode ser um dos principais motivos de sofrimento emocional.

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Se és daquelas pessoas que está sempre disponível para ajudar os outros, mas, no fundo, sentes que ninguém faz o mesmo por ti, este artigo é para ti. O fenómeno das “almas cuidadoras” tem uma base psicológica profunda e pode ser um dos principais motivos de sofrimento emocional.

 

O dilema de quem cuida demais
Muitas pessoas que ajudam constantemente os outros desenvolveram essa característica desde a infância. Pode ser porque cresceram num ambiente onde tinham de se responsabilizar emocionalmente pelos adultos à sua volta ou porque foram educadas para acreditar que o seu valor depende daquilo que fazem pelos outros.
O problema? Muitas vezes, esse comportamento leva a relações desequilibradas, onde a pessoa está sempre a dar, mas raramente a receber.

 

Por que isso acontece?

  1. Feridas da infância
    Pessoas que aprenderam a ser “as fortes” em casa, muitas vezes, acabam por se rodear de quem precisa delas. Isso cria um ciclo onde se sentem essenciais, mas também sobrecarregadas.
  2. “Síndrome do salvador”
    Quem tem este perfil sente que a sua missão é resolver os problemas dos outros. Mas, sem perceber, pode atrair relações tóxicas, onde há sempre alguém a precisar de ajuda e nunca ninguém para ajudar de volta.
  3. O medo de ser um peso
    Ajudar pode ser uma forma de evitar pedir ajuda. Algumas pessoas acreditam que, se forem vulneráveis, os outros irão afastar-se. Então, preferem continuar a ser a “fortaleza” de todos, mesmo quando estão a desmoronar por dentro.
  4. A recompensa invisível
    O cérebro humano gosta de reconhecimento. Quando ajudamos alguém e recebemos gratidão, libertamos dopamina, o neurotransmissor do prazer. O problema é quando a ajuda se torna um vício emocional, e a pessoa só se sente válida se estiver a cuidar de alguém.

 

O cansaço emocional e as consequências
Estar sempre disponível para os outros tem um custo alto:

  • Burnout emocional: sensação de exaustão e vazio constante.
  • Relações desequilibradas: as pessoas acabam por não respeitar os limites de quem ajuda sempre.
  • Perda de identidade: quem está sempre a cuidar pode esquecer-se de si próprio.

 

Como cuidar sem te perderes?
Se te identificas com este perfil, é importante aprenderes a equilibrar a balança:

  1. Aprender a dizer “não”
    Ajudar é bonito, mas não pode ser uma obrigação. Aprende a recusar quando sentes que estás a ultrapassar os teus próprios limites.
  2. Escolher quem merece o teu apoio
    Nem todas as pessoas que pedem ajuda realmente querem mudar. Algumas apenas querem que faças o trabalho por elas.
  3. Cuidar de ti também é uma prioridade
    Quem cuida dos outros também precisa de descanso. Permite-te receber e aceitar apoio.
  4. Ter um espaço para desabafar
    Terapia, amigos de confiança ou até um diário podem ser formas de libertar o que guardas dentro de ti.

 

Ajudar os outros é uma qualidade incrível, mas não podes esquecer-te de ti. Pessoas que ajudam demais precisam, muitas vezes, de aprender a aceitar ajuda. Porque mereces tanto cuidado quanto aquele que dás.

Pensa nisso!

 

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