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A sério, vamos começar a educar realmente?

Reproduzir ou aprender? Educar ou ensinar? Como podem as crianças realmente aprender para serem o tipo de pessoas que queremos que sejam? Para se expressarem e contribuírem como querem para um mundo melhor. Para serem felizes e boas pessoas.

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Parafraseando o Professor José Pacheco (cofundador da Escola da Ponte, consultor internacional em Pedagogia, Mentor e Coordenador de vários projetos e comunidades educativas em diferentes geografias): a criança aprende e apreende o outro; e quem educa transmite aquilo que é e não tanto aquilo que diz.

 

Exemplos disso são as crianças “devolverem” um comportamento aos pais, ou outros cuidadores primários, que veem estes a fazerem. Aquele palavrão, aquele tom de voz, aquele olhar revirado, aquele comentário que nos surpreende, por vezes, à frente de familiares ou de desconhecidos.

 

A expressão popular “Faz o que te digo e não o que faço” é contrária à natureza humana. Atualmente, sabemos um pouco mais sobre o funcionamento do cérebro, as ligações neuronais pelo corpo todo, e especificamente os neurónios espelho para assimilar, aprender e reproduzir comportamentos que absorvemos de outras pessoas emocionalmente significativas.

 

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Sabemos também da importância do vínculo/apego seguro, e do círculo de segurança, com @ cuidador@ primári@ para uma criança aprender e crescer, desenvolvendo as capacidades mentais, académicas, emocionais e sociais de formas saudáveis. E se alguém ainda não sabe… então pode perguntar, pesquisar, aprender.

 

Educamos pelo que fazemos, pela forma como fazemos, pelo que valorizamos realmente. Pelos valores que realmente praticamos (e não tanto pelo que desejávamos fazer, praticar ou que fosse importante).

 

Apregoar o respeito como valor importante, falar por que é importante, etc., de pouco ou nada serve quando na prática desrespeitamos a criança na sua expressão, no seu sentir, nos seus direitos. Para que me respeitem é essencial que eu respeite.

 

E respeitar é diferente de só ouvir, de dizer Sim quando se quer dizer Não, de fazer tudo o que a criança quer, de dizer não (ou sim) só quando é fácil, de impor uma vontade ou um pedido, de fazer de conta que se respeita, “mas no fundo eu é que sei o que é melhor”, ou outras interpretações equivocadas.

 

Se queremos crianças honestas, paremos de “mandar abaixo” a sua honestidade ameaçando, subornando ou chantageando; e passemos a ser nós um pouco mais honestos nas respostas que damos e nos comportamentos que fazemos.

 

Se queremos crianças empáticas, mostremos mais empatia por elas, pelos colegas de trabalho, pelas pessoas que trabalham para permitir o nosso estilo de vida, pelos nossos familiares.

 

Se queremos crianças mais cooperantes, deixemos de promover a competição cega, tóxica, desumanizada, desconectada; e passemos a incentivar a cooperação coexistente com alguma competição saudável, humana, consciente, autocentrada (por oposição a comparativa com os outros).

Educar é diferente de ensinar, de formatar, de apregoar. Aprender plenamente e florescer é diferente de reproduzir, de replicar, de copiar. Para mim, educar é orientar, facilitar e suportar o aprender a aprender, as aprendizagens e o desenvolvimento pleno, consciente e responsável para ajudar a formar uma pessoa autónoma, social, feliz e realizada.

 

Para mim, aprender é saber como aprender, pesquisar, analisar e pensar criticamente, com critério, filtrando informação, separando o essencial do acessório, ligando ideias diferentes, construindo em cima do que se conhece (do que se aprendeu), aplicando e criando novo conhecimento. Em vez de só o reproduzir.

 

Nos últimos meses, entre outros motivos, tenho escrito menos porque tenho estado a formar-me como tutor. Como orientador e facilitador de aprendizagens, especialmente para crianças e adolescentes. Juntamente com pessoas de vários países, no mínimo duas vezes por semana, conversamos, perguntamos, pesquisamos, partilhamos experiências, vontades, aprendizagens, dificuldades e conquistas.

 

Se quer saber mais sobre aprendizagem humanizada, inclusiva, em comunidade, assente em valores universais, de forma colaborativa, respeitadora e potenciadora das crianças, envie-me mensagem pelas redes sociais ou para coach@joaopombeiro.eu .

 

Dentro do que puder, posso encaminhar para algum projeto/comunidade educativa perto de si, partilhar algum conhecimento, pôr em contato com alguém, ou ajudar de outra forma.

 

Achou este texto interessante? Tem algum comentário ou pergunta? Entre em contato através das minhas redes sociais. Conhece quem gostaria de ler este texto? Partilhe com essa pessoa. Obrigado! 🙂

 

 

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