Pimenta na língua emagrece e trata doenças
O poder da pimenta vermelha, ou pimenta malagueta, é conhecido pela sua ardência na língua, a qual estimula a circulação do corpo, aumenta o metabolismo e faz reduzir o crescimento das células de gordura e das células cancerígenas.

Quando diariamente faço referência ao valor dos alimentos como forma de tratamento, funcional ou nutracêutico nas prescrições dos meus pacientes, é importante definir qual a diferença entre cada uma das designações.
Alimento funcional – é aquele que, sendo parte integrante de uma dieta, tem propriedades fisiológicas ativas que contribuem para a prevenção e o risco de doenças crónicas. São geralmente compostos por grande concentração de minerais, fibras ativas, ácidos gordos essenciais, vitaminas com propriedades fitoquímicas, probióticas, pré-bióticas, simbióticas e antioxidantes.
Neste caso, dou como exemplo o tomate, por conter licopeno, com propriedades antioxidantes, que contribui para a redução do mau colesterol e contribui substancialmente para a boa saúde da próstata.
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Alimento nutracêutico – é aquele que é consumido com a finalidade de tratar e melhorar a condição de saúde. É um nutriente com propriedades farmacêuticas bioativas e é utilizado como um suplemento nutricional que irá contribuir como mecanismo das defesas do organismo, controle do ritmo corporal e auxilia na recuperação de doenças.
Neste caso, destaco as propriedades da pimenta malagueta, a Capsaicina, que na verdade também é considerada como um alimento funcional, ou seja, o seu poder é tanto que tem ação de prevenção e de tratamento em simultâneo. Por isso, é a minha eleita de hoje na lista dos alimentos de destaque alfabético.
A pimenta vermelha é composta por: 17 calorias, 1 grama de gordura, 2 miligramas de sódio, 3 gramas de carboidratos, 1 grama de fibra alimentar,1 grama de açúcar, 1 grama de proteína, Vitamina A, Vitamina E, Vitamina C, ácido fólico, magnésio, ferro e substâncias anticancerígenas.
Os principais constituintes químicos da pimenta malagueta são amidas, denominadas, respetivamente, piperina e capsaicina. A capsaicina é um composto químico (8-metil-N-vanilil-trans-6-nonamida) e o componente ativo das pimentas conhecidas internacionalmente como pimentas chili, que são plantas que pertencem ao gênero Capsicum. A capsaicina foi sintetizada pela primeira vez em 1930 por E. Spatti e F. S. Darling.
Na sua composição pura é um composto hidrofóbico, incolor, inodoro, de cristalino a graxo e contribui para a digestão, diminui o colesterol, é antidiabético, porque melhora as reações da insulina no sangue, é anti-inflamatório, antioxidante, anticancerígena e antitumagenica, ao controlar o processo que produz mutações e ou as alterações bruscas do genótipo dos seres vivos sendo por isso quimiopreventiva.
Um estudo em Biologia Celular e Molecular, da Faculdade de Biociências, realizado em São Paulo-Brasil, na Universidade Católica Pontífica de Rio Grande do Sul, mostra-nos que, além das propriedades minerais, vitamínicas e antioxidantes da capsaicina, foram ainda analisados e verificados benefícios associados ao consumo continuado das pimentas picantes, em grupos étnicos, como os tailandeses e africanos, que apresentaram menor nível de fibrina no sangue (possibilidades de trombos.
O estudo analisou ainda a ação digestiva que estimula as enzimas responsáveis pela digestão e secreção da bile, onde mostra que a capsaicina diminui o tempo de trânsito gastrointestinal dos alimentos, ou seja promove a boa digestão.
Na indústria farmacêutica esta pequena fruta (planta) é usada na preparação de cremes tópicos para aliviar dores musculares, processos inflamatórios reumáticos e de melhora da flexibilidade das articulações. A piperina é um inibidor das enzimas hepáticas de metabolismo de fármacos, é um dos compostos mais pungentes (picantes) até agora conhecidos, detetado no palato (céu da boca) em diluições de 1 para 17 milhões.
No tratamento do cancro, a “American Association for Cancer Research” relatou que a capsaicina é capaz de matar as células cancerosas na próstata, levando à sua apoptose (morte celular). No entanto, recomendo o uso de muita cautela no consumo de pimenta vermelha ardida, porque pode causar irritação a quem tem pele muito sensível.
O mesmo acontece para o seu consumo oral. Posso adiantar-vos que uma pequena dose (3 gotas) ou 1 malagueta vermelha seca, no prato de sopa diário, melhoram o paladar e é a dose preventiva recomendada, este é um dos muitos conselhos dados no meu livro “Chocolate com Poesia – Uma História de Paixões” com receitas combinadas com cacau.
RECEITA FUNCIONAL
Bebida da Vida ou Poção do Amor – emagrece e traz felicidade
Ingredientes:
3 malaguetas vermelhas secas e inteiras
3 pés de hortelã
1 pau de canela
4 colheres de spa de cacau em pó
2 rodelas de gengibre fresco.
1 pitada de noz moscada
1 colher de sopa de leite de côco e 2 copos de água
Preparação:
Junte todos os ingredientes e deixe ferver mexendo devagar até atingir uma consistência pastosa, desligue o fogo e deixe atingir uma temperatura do seu agrado para consumir.
Sirva numa chávena ou caneca bonita, decorado com algumas folhas de hortelã e polvilhe com uma pitada de pó de canela.
Beba devagar e em boa companhia com muito prazer, sentido não só o sabor, mas também o aroma desta poção da vida.
Carpe Vitae