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Vigilância das crianças nascidas de técnicas de reprodução medicamente assistida

Cerca de 1% a 2% das crianças no mundo desenvolvido nascem como resultado de técnicas de procriação medicamente assistida (PMA). Assim é fundamental que avaliemos o seu desenvolvimento físico e emocional/psicológico.

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Vários estudos iniciais indicaram que a FIV não aumentava a probabilidade de malformações congénitas ou de cariótipo anormal. Contudo, numerosos estudos comparando a FIV e ICSI com crianças naturalmente concebidas apresentaram sérias limitações metodológicas e as estimativas de risco aumentadas foram frequentemente descartadas porque não eram estatisticamente significativas.

 

Uma meta-análise recente sintetizou os dados de 25 estudos e descreveu detalhadamente as variações metodológicas e as falhas potenciais nos dados. Dois terços dos estudos incluídos nesta meta-análise sugeriram um risco aumentado de defeitos congénitos de pelo menos 25%.

No entanto, é importante sublinhar que:

 

1) A vigilância das gravidezes resultantes de FIV é frequentemente mais intensiva e minuciosa do que o habitual e os casais que conceberam através da reprodução assistida podem estar menos inclinados a terminar uma gravidez quando uma anomalia é detetada;

 

2) Num número significativo de casos são provavelmente as características maternas (idade, fatores de subfertilidade e doença concomitante) que influenciam o resultado da FIV em vez do tratamento em si.

 

Ao avaliar o desenvolvimento posterior das crianças, é importante salientar que as taxas de cancro na infância após FIV parecem ser semelhantes à população em geral. Várias publicações científicas relataram que o desenvolvimento psicomotor e psicológico das crianças é normal.

 

Um outro estudo, publicado sobre crianças nascidas de FIV com 2-3 anos de idade seguidas até a idade de 8 a 9 anos, revelou não haver diferenças significativas no desenvolvimento psicossocial, quando em comparação com um grupo de controlo.

 

Este e outros estudos não foram realizados em gémeos e trigémeos visto que estes casos, naturalmente, trazem consigo problemas adicionais para a unidade familiar. É, sem dúvida, essencial que este tópico continue sendo estudado e revisto.

 

Injecção intracitoplasmática de espermatozóide

Tal como acontece com as gestações resultantes da fertilização in Vitro, há uma alta taxa de gravidez múltipla com a ICSI e isso tem um efeito adverso no resultado perinatal e nas taxas de anomalias congénitas. A evidência atual indica que a própria ICSI leva a um aumento ligeiro, mas estatisticamente significativo, de “aneuploidias de novo” de cromossomas sexuais (0,6% em vez de 0,2%), de anomalias autossómicas estruturais (0,4% em vez de 0,07%) e de aberrações cromossómicas estruturais herdadas do pai infértil. A taxa de malformações congénitas “major” e o desfecho do desenvolvimento de crianças provenientes de ICSI parece ser semelhante à da população de crianças de FIV.

 

 

 

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