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Menopausa: vantagens da terapêutica hormonal de substituição

Vários estudos apontam para melhorias em diversas áreas da saúde feminina. Saiba quais são.

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Vários estudos científicos têm demonstrado a primazia da terapêutica hormonal de substituição (THS), sobretudo a estrogenoterapia, em comparação ao placebo na diminuição da intensidade dos sintomas vasomotores, com um êxito que ronda os 90 %.

 

Existem, contudo, outras opções para o tratamento dos afrontamentos como a clonidina e o veralipride (Agreal), este último com uma eficácia entre os 65% e 75%. Os benefícios da THS na terapia da síndrome vasomotor residem na circunstância de se tratar dum tratamento que intervém sobre a causa e de certo modo ser fisiológico, acompanhando-se ainda de vantagens para vários órgãos e sistemas do corpo da mulher.

 

Um grande número de trabalhos comprovou também a eficácia da THS na prevenção do enfarte do miocárdio e isquemia coronária, demonstrando que o uso da estrogenoterapia diminui entre 35% a 50% o risco de doença coronária e de morte por enfarte. Esta eficácia só é superada pela ação de parar de fumar (prevenção de 50% a 70%) e é superior, por exemplo, à utilização regular de anti-hipertensores ou de antiagregantes plaquetários.

 

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Entretanto vários estudos têm apontando no sentido de que a terapêutica combinada (estro-progestativa) parece também assegurar uma redução do risco de doença coronária similar ao observado com a estrogenoterapia isolada.

 

A razão pela qual a THS promove a proteção cardiovascular parece ter a ver com o efeito favorável que o estradiol tem sobre a concentração e a qualidade dos lípidos (gorduras) no sangue, com uma nítida diminuição do seu potencial para criar placas de ateroma nos vasos sanguíneos. Assim os estrogénios exercem um efeito positivo sobre o perfil lipídico: reduzem o colesterol total e LDL e fazem subir os níveis de colesterol HDL. Contudo alguns estudos têm demonstrado que a associação com os progestativos poderá reduzir em parte os efeitos benéficos dos estrogénios sobre a elevação do colesterol HDL (colesterol protetor).

 

A THS exerce também uma ação protetora cardiovascular através de efeitos sobre fatores de coagulação e fibrinolise, agregação plaquetária, potencial oxidativo e regulação do tónus vascular e estes últimos fatores não são afetados pela combinação terapêutica com os progestativos.

 

Os estrogénios exercem simultaneamente uma ação importante na remodelação do osso e numerosos estudos comprovaram que o seu uso na menopausa previne a perda de massa óssea (osteoporose) e pode mesmo aumentá-la ligeiramente. Os ganhos na massa óssea são mais elevados em mulheres mais idosas ou com osteoporose já estabelecida e podem chegar a 5 a 10% em 1 a 3 anos. É fundamental realçar que a ação da THS no osso se mantêm enquanto a terapêutica durar, mas após a sua interrupção estabelece-se de novo a perda de massa óssea.

 

O uso da THS conduz a uma prevenção causal e natural da osteoporose e reduz com eficácia o risco de fraturas como têm demonstrado, ao longo dos anos, numerosos estudos e assim a National Osteoporosis Foundation Americana emitiu a seguinte conclusão: a THS administrada por 3 a 5 anos, poderá reduzir a incidência de fraturas vertebrais em 50% e de fraturas não vertebrais em cerca de 25%. Os efeitos serão maiores com uma utilização mais prolongada (5 – 10 ou mais anos) com uma diminuição possível de todas as fraturas em perto de 75%.

 

Em conclusão poderemos dizer que desde que a mulher aceite fazer e não existam contraindicações a terapêutica hormonal de substituição continua a ser o “gold-standard” da prevenção da osteoporose.

A THS tem igualmente outros efeitos benéficos, sendo que diversos estudos sugerem uma melhoria de alguns sintomas do foro psíquico associados à menopausa como sejam a insónia, a irritabilidade, a ansiedade, dificuldade de memória e concentração, alterações no humor, depressão, etc.

 

Várias publicações científicas evidenciaram ainda que a terapêutica com estrogénios pode favorecer a função cognitiva em mulheres com Alzheimer e que a sua utilização prolongada está associada a uma diminuição da incidência desta doença em 30 a 50 %.

 

Os estudos publicados sobre a influência da terapêutica hormonal sobre o desejo e prazer sexual são controversos, contudo parece que as terapêuticas com associação de androgénios e a tibolona parecem ter efeitos positivos nesta área.

 

A THS é também uma opção muito útil para o tratamento das perturbações atróficas urogenitais (secura e ardor vaginal, dor na relação sexual, disúria, incontinência urinária, etc.) que constituem um elemento relevante no agravamento da qualidade de vida da mulher.

 

Os estrogénios ajudam simultaneamente a prevenir a perda sucessiva de colagénio cutâneo que surge na menopausa ajudando a manter a saúde da pele. Alguns trabalhos científicos demonstraram ainda um efeito favorável da terapêutica hormonal sobre algumas doenças reumáticas, como por exemplo a artrose das mãos e a artrite reumatoide.

 

Um estudo de Grodstein e colaboradores demonstrou que a THS diminuiu a incidência de cancro do cólon em cerca de 35 % e uma meta-análise da autoria de Stampfer constatou que o tratamento com estrogénios reduziu o risco relativo de neoplasia do cólon em 20%.

 

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