Mais de metade da população adulta sofre de doenças reumáticas
As doenças reumáticas são, nos países desenvolvidos, das doenças que mais afetam a população, causando dor e incapacidade para o trabalho, bem como para as atividades da vida diária. Hoje é Dia Mundial das Doenças Reumáticas.
A lombalgia é outra patologia muito frequente. É muito importante reconhecer o que pode estar a causar este sintoma e despistar sinais de alarme. Na esmagadora maioria dos casos não é uma situação de risco e o doente rapidamente recupera e pode voltar à sua atividade normal. Outras vezes pode ter um caracter inflamatório e ser um sintoma inicial de uma espondilartrite.
Apesar de os sinais e sintomas destas doenças variarem entre elas, podemos de, uma forma geral, dizer que estes doentes se queixam de dor, limitação de movimentos, por vezes inflamação das articulações (com calor e inchaço), rigidez quando se movimentam, fraqueza, fadiga. Em adição, apresentam também sintomas de ansiedade e depressão com mais frequência do que a população portuguesa em geral. Se estes sintomas durarem mais de 2 a 3 semanas, o doente deve procurar o seu médico de Medicina Geral e Familiar, que, em caso de necessidade, o orientará para uma consulta de Reumatologia.
Hoje dispomos de muitos tratamentos eficazes para controlar estas doenças, conseguindo que os que delas sofrem possam ter uma vida perfeitamente normal e com qualidade. Mesmo que a doença não tenha cura, um acompanhamento regular e bem orientado leva ao desaparecimento das queixas dos doentes e à sua recuperação funcional.
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Estes tratamentos são muito variáveis e podem ir desde a toma de medicamentos, a uma alimentação adequada, evitar o excesso de peso, evitar o tabagismo, praticar exercício físico regular, adaptação de móveis e utensílios do dia-a-dia, nalguns casos repouso, fisioterapia e cirurgia se necessário. Estes tratamentos devem ser adaptados pelo reumatologista à doença e ao doente. Quanto a medicamentos, podem ser usados desde os analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides, corticosteroides, bem como os chamados DMARDs (medicamentos modificadores da doença) clássicos ou biológicos.
É muito importante que a doença seja diagnosticada o mais precocemente possível e o tratamento iniciado rapidamente. Só assim se pode evitar o sofrimento dos doentes, bem como a deformação e incapacidade que estas condições muitas vezes acarretam. As queixas musculoesqueléticas são das primeiras causas de consulta em medicina Geral e Familiar, sendo que muitos destes doentes terão depois de ser encaminhados para uma consulta de especialidade em Reumatologia.
Dada a escassez de recursos humanos nestas duas áreas, é por vezes difícil monitorizar devidamente estes doentes, ainda mais porque vão necessitar de um acompanhamento regular e prolongado. Temos todos de tentar melhorar e gerir o melhor possível os nossos recursos, pois do nosso empenhamento e assistência vão depender o tratamento e seguimento destes doentes.
Por Maria João Salvador
Assistente Hospitalar Graduada de Reumatologia