Quando o sol causa alergia
Nos casos mais graves de alergia ao sol, também as zonas do corpo que estão protegidas por vestuário podem ser afetadas.
“Alergia ao sol” é o nome utilizado para descrever as situações em que a pele desenvolve uma erupção/irritação após exposição solar.
A forma mais comum, que afeta até 20% da população, consiste numa situação conhecida como Erupção Polimorfa à Luz (também chamada de Erupção Estival Benigna). Tal como o nome indica, trata-se de uma erupção polimorfa, ou seja, que pode manifestar-se de diversas formas.
Quais as manifestações ou sintomas?
A alergia ao sol pode causar diferentes manifestações:
- Vermelhidão/rubor
- Comichão ou dor na pele afetada
- Pequenas manchas que podem evoluir para pápulas com inchaço
- Bolhas
- Descamação ou crostas
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Habitualmente, os sintomas desta alergia manifestam-se nas zonas de pele que estiveram expostas ao sol (zona do no decote, ombros, braços e pernas, bem como no peito do pé) e surgem entre alguns minutos até 12 horas após a exposição. Estes sintomas podem durar de 1 a 7 dias. Nos casos mais graves de alergia ao sol, também as zonas do corpo que estão protegidas por vestuário podem ser afetadas.
Quem tem maior risco de alergia ao sol?
A erupção polimorfa à luz é mais frequente em:
- Mulheres em idade jovem, têm uma probabilidade 2-3 vezes superior de ter erupção polimorfa à luz, risco que diminui após a menopausa.
- Pessoas de pele de tom claro.
- Pessoas cujos familiares sofram de alergia ao sol (pensa-se que existe uma predisposição genética).
- Pessoas com doenças de pele/dermatite têm maior risco de ter uma alergia ao sol.
Como tratar?
A alergia ao sol é comum e na maior parte das vezes desaparece sem necessidade de tratamento.
Para casos ligeiros, evitar o sol e manter a pele hidratada pode ser o suficiente para resolver os as manifestações da alergia num curto espaço de tempo.
Noutros casos mais intensos, podem ser necessários também cremes com corticoesteroides e/ou medicamentos antialérgicos.
Como prevenir?
Se tem manifestações desconfortáveis na pele após exposição solar ou um aumento da sensibilidade da pele ao sol, há algumas estratégias que podem ajudar a prevenir uma reação alérgica:
- Evitar a exposição solar nas horas de maior intensidade/calor, habitualmente entre as 10h e as 17h.
- Evitar expor-se ao sol de forma repentina habitualmente na primavera e no verão. Em vez disso, vá aumentando gradualmente o tempo passado ao ar livre para que a pele se “habitue” à luz do sol e evite “escaldões”.
- Usar protetor solar de largo espetro e com fator de proteção solar 30, no mínimo. Aplicar antes da exposição solar e renovar de duas em duas horas ou sempre que nadar ou transpirar.
- Usar óculos de sol e vestuário que proteja a pele da exposição solar, como camisolas de mangas compridas e chapéus de aba larga, de tecidos opacos aos raios ultravioleta.
Outros tipos de alergia ao sol
De notar que nem todas as reações cutâneas ao sol consistem na erupção polimorfa à luz. Existem outras situações como a fotoalergia por agentes fotossensibilizantes (provocada por agentes aplicados na pele (como cosméticos) ou por via sistémica (reações a fármacos, como antibióticos, anti-inflamatórios não esteroides, entre outros) e a urticária solar (é uma reação imediata, rara que provoca comichão, vermelhidão e pápulas, que poucos minutos após a exposição ao sol). Esta última pode causar sintomas durante alguns minutos a várias horas e, embora raramente, pode ser mais grave e provocar dor de cabeça, vómitos, náuseas, dificuldade respiratória e/ou desmaio).
Aconselhe-se com o seu médico caso tenha reações de pele fora do comum e que causem desconforto após a exposição solar, de forma a esclarecer o diagnóstico. Desta forma poderá ser orientado no tratamento correto e tomar medidas para evitar episódios no futuro.