“Quer fazer Deus rir?

Então conte-lhe os seus planos”, Woody Allen

Há muito tempo na Grécia antiga já Heráclito havia dito que nada é permanente salvo a mudança. No entanto, esta ideia é difícil de entrar nas nossas vidas e ainda mais nas nossas mentes, no geral, e na do ansioso em particular.

A vida é imprevisível. Querer exercer o controle sobre determinadas coisas só provoca sofrimento, frustração, sensação de fracasso e insegurança, pois, em muitos casos, dependemos dos outros para lidar com situações do dia-a-dia. Urge aprender a tolerar a incerteza. Devemos assumir que, ainda que não tenhamos o controlo sobre certas coisas, temos sempre o controlo da forma como vamos reagir à ausência desse controlo.

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O ser humano tem a ilusão de que quando o outro e as coisas estão dominados ou sob o seu controle não haverá risco de resultados negativos. Porém, o controle pode trazer uma falsa sensação de segurança e culminar num mar de culpa e frustração.

Inevitavelmente não podemos controlar tudo.

Mas como pôr fim a esta necessidade de controle?

1. Analise sempre a situação para verificar se ela pode, de facto, ser controlada ou se é uma situação que é independente das suas ações, portanto impossível de ser controlada;
2. Reflita qual a real necessidade de ter tudo sobre controle;
3. Desligue o “controlómetro” e observe os seus pensamentos e emoções diante das situações para identificar todas variáveis das circunstâncias que costuma tentar controlar;
4. “Meça as suas emoções”, identificando o que sente face à ausência de controle;
5. Invista no autoconhecimento, pois permite-lhe gerir os seus sentimentos, pensamentos, emoções e ações. Além disso, ao se perceber com mais clareza tem mais claro o que consegue controlar e o que está fora do seu controle e, assim, deixar de empregar energia em algo que não trará qualquer resultado;
6.  Aceite as suas áreas de melhoria e fortaleça as suas qualidades, aprendendo a ressignificar os seus próprios resultados;
7. Permita-se e ouse experimentar a sensação do descontrole de vez em quando. Por mais desconfortável e assustador que isso possa parecer, prometo que vai ser uma experiência única e verdadeiramente prazerosa.

Pense nisso!

Vera de Melo

Psicóloga clínica