Um olhar cuidado e holístico remete-nos sempre e inevitavelmente para a tão ouvida frase “O ser humano é uma entidade bio-psico-socio-cultural e espiritual”. No entanto, o que é observado é que as dimensões emocionais e espirituais ainda sofrem alguma descrença e são alvo de algum estereótipo, talvez pelo facto de serem dimensões mais subjetivas, o que não quer dizer que sejam menos importantes que as restantes dimensões.

Enquanto indivíduos inseridos numa comunidade e sociedade desenvolvemos um olhar atento e crítico sobre os indivíduos e grupos em situação de doença física e mental. Se, por um lado, somos levados ao egoísmo e egocentrismo de continuarmos com as nossas vidas e descurar os problemas ditos “dos outros”, também como indivíduos conscientes temos o “dever” ético moral de primar pelo desenvolvimento da nossa sociedade e em particular dos grupos mais vulneráveis e desfavorecidos.

Observa-se, no geral, uma sociedade triste, desmotivada, sem sentido e propósito para as suas vidas. Segundo a pirâmide de Maslow, deveremos atender às necessidades básicas em primeiro lugar e após iniciar um caminho de autorrealização do individual. Segundo Viktor Frankl, o homem não precisa de viver isento de tensões, mas que essas tensões o façam dirigir-se para um objetivo que valha a pena, algo que traga sentido e propósito à sua existência.

Devemos, por isso, perceber que não basta alimentar e aconchegar. Somos seres humanos que precisamos de nutrição emocional e espiritual para que possamos desenvolver as nossas potencialidades máximas. Assim, torna-se essencial também um olhar holístico e inclusivo nas abordagens sobre saúde. É necessário percecionar o indivíduo em situação vulnerável de doença como SER total, com potencialidades e características próprias passíveis de serem trabalhadas e enaltecidas.

O adolescente ansioso, a esposa depressiva, o alcoólico em recuperação, o adulto com doença física, precisa de vislumbrar em si esse ser especial adormecido e ser  educado numa cultura de autoconsciencialização, autoconhecimento, motivação e propósito de vida.

As atividades integrativas baseadas noutras filosofias, medicinas e saberes culturais valorizam o ser como um potencial ilimitado, despertam a energia criativa do ser humano e levam-no a reconhecer-se como pessoa capaz. A prática de enfermagem como cuidado integrativo resulta da comunhão da medicina convencional com práticas naturais integrativas, passiveis de serem abordadas por enfermeiros que possuam formação adequada.  Esta abordagem coloca o utente no centro do plano de cuidados, este torna-se agente ativo na sua saúde e promove a saúde mental, desenvolvimento da inteligência emocional e espiritual.

Um plano Integrativo visa capacitar os indivíduos a alcançar o seu potencial máximo, dentro das suas limitações. Um plano de saúde preventiva enfatiza os fatores motivacionais que influenciam a aquisição e sustentação de novos comportamentos de saúde. Enquanto profissionais de saúde devemos perceber o que motiva o cliente/utente, pois se este não entender a importância de mudar de comportamentos a sua ação não será consistente e apenas temporária.

Torna-se assim urgente integrar nas diferentes redes de cuidados de saúde regionais e nacionais planos abrangentes e inclusivos. Se queremos resultados diferentes na nossa saúde, não podemos manter os planos e ações. Assim, quinzenalmente, neste espaço abordaremos um plano de saúde integrativo ao qual intitulei “Energia Positiva!”  Pois acredito que este plano consiste um recurso essencial para alcançar um estado ótimo de saúde e bem-estar e elevar a sua energia pessoal.

Fique bem, fique com mais saúde e energia positiva!

Ana Mecia Santos

Enfermeira de promoção de saúde e bem-estar.