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Vai um café? O ritual, os tipos e a sua ação

O ritual de saborear um café não é simples. Há uma série de fatores que devem ser analisados para atestar a qualidade do líquido, do seu paladar, do corpo e do aroma. Conheça ainda os vários tipos e o seu efeito no organismo.

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Há quem não consiga resistir a um bom café. Seja de manhã cedinho, depois do almoço, entre conversas no intervalo do trabalho, ou para conseguir manter-se acordado, ou seja, um cafezinho é sempre um ótimo companheiro. A bebida está entre as mais consumidas do mundo e é apontada como um estimulante delicioso para o paladar.

 

Mas o ritual de saborear um café não é simples. Há uma série de fatores que devem ser analisados para atestar a qualidade do líquido, do seu paladar, do corpo e do aroma. A escolha do café é pessoal, mas quem bebe os de melhor qualidade em casa nota bastantes diferenças quando bebe um café numa pastelaria, restaurante ou outro local. O importante é que deve experimentar os aromas e os sabores diferentes de cada tipo de café.

 

Os melhores cafés têm um gosto achocolatado e adocicado, além de conter proteínas e óleos que provocam uma caramelização, formando uma espuma com cor de avelã. Depois de se ter bebido este tipo de café, a sensação na boca é igual a de ter comido um chocolate meio amargo ou de leite, apesar do aroma e do sabor depender da forma de como é torrado o café.

 

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Existem três diferentes qualidades de café no mercado, os gourmet, os superiores e os tradicionais:

– Os gourmet são considerados os “top” no mercado com grãos exclusivos, raros e bem seleccionados.

–  Os superiores estão acessíveis aos consumidores e também têm uma excelente qualidade de grãos.

–  Os tradicionais têm uma qualidade intermediária e apresentam uma boa relação custo/benefício, sendo os mais utilizados no dia-a-dia.
A diferença entre eles é sentida no preço por quilo e nas chávenas de café, mas é possível consumir bons cafés a preços acessíveis.

 

Composição

O café não é composto apenas por cafeína. Apesar desta ser a substância mais associada à bebida, ela é responsável por apenas 2,5% de uma chávena de café, a restante percentagem é constituída por diversas outras substâncias. O grão de café verde contém potássio, magnésio, cálcio, sódio, ferro, manganês, rubídio, zinco, cobre, e tantos outros elementos.

 

A ação da cafeína

A cafeína pode amenizar os efeitos da adenosina (que é um produto do metabolismo energético celular neuronal, acumulando-se na fenda sináptica durante a vigília e actua localmente de forma inibitória, isto é, é uma substância responsável pelo sono), e age inibindo o sistema límbico, que impulsiona o desejo excessivo de auto gratificação, responsável pela insatisfação e a depressão. Ao atuar desta forma, diminui o consumo de drogas como a nicotina, o álcool e mesmo as drogas ilegais.

 

Estes efeitos podem ser sentidos por pessoas que consomem regularmente até quatro chávenas de café por dia. Apesar de pela manhã o café ajudar a espantar o sono. Ele é uma bebida diurna e ainda ajuda na concentração.

 

Para quem tem medo e acha que a cafeína vicia, é importante ser esclarecido que isso não é verdade! O café é uma bebida milenar que começou com os árabes no século VII.

 

Durante muitos anos ele foi tido como uma bebida pagã e apenas em 1607 o papa Clemente VIII a abençoou e fez com que seu consumo crescesse no ocidente. O mito de que esta bebida é viciante surge no início da história do café, mas não há pesquisas científicas que indiquem que ele vicia ou que cause incómodos sociais ou psicológicos a ninguém.

 

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Café e a prevenção de algumas doenças

A história de que um cafezinho faz bem à saúde é verdadeira. Estudos científicos sugerem que o consumo diário de até seis chávenas pode prevenir o aparecimento da diabetes tipo II, devido à presença dos ácidos clorogénicos, ou dos seus metabolitos, ou à presença de sais minerais, principalmente de magnésio*.

 

Outra doença que pode ser prevenida com o consumo da bebida é o cancro do cólon e da próstata, contrariando as suspeitas de que o café seria cancerígeno. Por conter antioxidantes que melhoram o sistema cardiovascular, também é apontado como um protetor do coração.

 

Apesar destes benefícios, ele não pode ser ingerido em excesso, porque o excesso pode ter sérias consequências ao organismo. Neste sentido foram efetuados estudos científicos que associam um elevado consumo de café com a osteoporose e a osteopenia (diminuição da massa óssea). E pessoas que têm episódios de pânico (síndrome do pânico), gastrite, hipertensão, arritmias cardíacas (taquicardia), tremores, diarreias e insónias, por exemplo, também devem controlar as chávenas de café que bebem por dia.

 

* Rob M van Dam, Edith JM Feskens, “Coffee Consumption and risk of type II diabetes mellitus”. The Lancet, Volume 360, Number 9344, 09 November, 2002.

 

 

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