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Ter diabetes no Natal: uma nutricionista explica os cuidados a ter

O Observatório Nacional da Diabetes estima que em Portugal a percentagem dos que vivem com diabetes já atingiu os 13,6%. Conversámos com uma nutricionista, ela própria com diabetes, para que saiba quais os cuidados a ter nestas festividades.

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Mais de um milhão de portugueses com mais de 20 anos sofre de diabetes, doença que rouba oito anos de vida, segundo um relatório do Observatório Nacional da Diabetes. A prevalência de diabetes na sociedade portuguesa tem vindo a aumentar nas últimas décadas, mas estabilizou entretanto.

 

Além disso, estima-se que 40,3% da população portuguesa tenha hiperglicemia intermédia, que pode evoluir para a diabetes tipo 2 quando não são adotados estilos de vida saudáveis. No caso de esta doença não ser controlada, pode levar a complicações graves a nível oftalmológico, nefrálgico, cardíaco e até a amputações. O quadro clínico é preocupante.

 

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Uma vez que o Natal está mesmo ao virar da esquina, o menu da Consoada e do almoço de domingo inquieta muitas famílias. Em particular, as famílias de pessoas com diabetes, pois nem sempre se está informado de que tipo de cuidados esta doença requer, principalmente numa altura do ano em que se come tanto e sem se olhar a calorias, gorduras ou quantidades de açúcar.

 

Jenifer Duarte, formada em Ciências da Nutrição, descobriu que tem diabetes tipo 1 aos 11 anos. Segundo a nutricionista, as refeições típicas da época são, regra geral, saudáveis, uma vez que se baseiam em alimentos cozidos (bacalhau, polvo, peru, legumes e hortícolas). Podendo as refeições tornarem-se ainda mais saudáveis se não se abusar do azeite e de outras gorduras saturadas, assim como do açúcar refinado.

 

Agora a trabalhar na indústria farmacêutica, Jenifer acredita ser possível fazer uma alimentação saudável no Natal, mesmo tendo diabetes. «Tal como qualquer outra pessoa, as pessoas com diabetes podem comer doces de Natal, desde que com moderação e com alguns cuidados acrescidos. Basta fazer pequenas alterações às receitas tradicionais, reduzindo a quantidade de gordura e açúcares adicionados, por exemplo substituindo o leite gordo por equivalentes e as natas por iogurte natural, assim como substituir o açúcar refinado por alternativas mais naturais como a stevia, tornamos a nossa refeição menos calórica».

 

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Se está preocupado/a com as rabanadas e com os sonhos, saiba que por encontrar inúmeras receitas online mais saudáveis como, por exemplo, receitas de sonhos feitos no forno em vez de fritos e pode-se usar uma mistura de adoçantes naturais e canela para os polvilhar.

 

Numa altura onde não há grande cuidado com a alimentação, as pessoas com diabetes devem ter cuidados acrescidos. Primeiro que tudo comer com moderação é de extrema importância, reduzir a quantidades de hidratos de carbono e gorduras, e procurar alternativas ricas em vegetais, hortícolas e fruta.

 

Entre as refeições, aconselha a nutricionista, pode optar por comer frutos secos, numa quantidade que não exceda o tamanho da palma da mão. Relativamente às bebidas, aconselha-se a exclusão de bebidas alcoólicas e optar por água ou chá para acompanhar as refeições.

 

«Em segundo lugar, pode ser benéfico ajustar a medicação e praticar algum exercício físico. Para quem realiza o tratamento da sua diabetes com insulina (normalmente pessoas com diabetes tipo 1), estas pessoas devem falar com o seu médico sobre o possível aumento da quantidade de insulina que faz às refeições para fazer face ao aumento dos hidratos de carbono consumidos», elucida Jenifer Duarte à Mood. «Aconselho igualmente uma caminhada de 30 minutos nos dias em que a alimentação seja menos saudável, o que pode ajudar a manter a glicemia e o peso controlados».

 

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Uma vez que existem vários tipos de diabetes e cada um se traduz no corpo humano de diferente forma, há, ainda assim, uma componente que deve estar presente na vida de todas as pessoas que pretendam, de alguma forma, tentar prevenir a doença – o exercício físico. No caso da diabetes tipo 2, uma condição muitas vezes associada a quadros de excesso de peso ou obesidade e estilos de vida pouco saudáveis, a prática de exercício pode ser uma boa aliada. Por outro lado, a diabetes tipo 1 trata-se de uma condição autoimune e não é prevenível.

 

«A prática de exercício físico ajuda a controlar o peso e por isso mesmo ajuda à prevenção da diabetes tipo 2», garante a nutricionista Jenifer Duarte, voluntária na Associação de Jovens Diabéticos de Portugal. «Para além disso, praticar desporto é essencial para controlar a glicemia de quem já tem diabetes e irá levar a que se tenha uma vida mais saudável e com menos complicações de saúde».

 

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