Tenho um animal doméstico, e agora? Veterinária explica o essencial
Devemos deixar o cão dormir em cima do sofá? Com que periodicidade lhe devemos dar banho? E quando morre um animal doméstico, o que devemos fazer? A veterinária Carla Santos responde a estas e outras perguntas.
Antes de mais, na escolha de um animal a adotar, quais os principais fatores a ter em conta?
Devemos ter em conta a espécie. Por exemplo, para quem não tem muito tempo e disponibilidade para passear um cão, o gato poderá ser a opção. O sexo do animal também deve ser tido em conta, pois, no caso dos machos, estes têm tendência a marcar o território com urina, enquanto as fêmeas têm cios com frequência.
O tipo de pelo também pode influenciar na hora da decisão. Animais de pelo curto são mais fáceis de manter enquanto os de pelo comprido necessitam de escovagens diárias e tosquias frequentes. A raça é outro fator também importante, pois existem raças mais ativas que necessitam de mais exercício diário – ex: Pastor Alemão – e outras raças mais calmas -por exemplo o Basset Hound – e por isso mais fáceis de manter em casa.
Quais os principais limites que se devem impor aos animais domésticos mais comuns?
Temos que ter atenção a uma regra essencial, o que permitimos a um animal quando jovem fará parte da rotina do animal adulto. Os limites serão sempre determinados pelos donos.
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É inconveniente deixar os animais subirem para os sofás e camas?
Se não pretendermos ter um cão adulto em cima do sofá, mesa ou cama, então não devemos permiti-lo enquanto cachorro.
Com que periodicidade se deve dar banho a um cão? E aos gatos?
Um gato não precisa de tomar banho, pois ele próprio se encarrega de fazer a higiene diária, com exceção dos gatos de pelo comprido que, para além de terem de ser escovados diariamente, também podem tomar banho para facilitar a manutenção do pelo.
Em relação aos cães a frequência dos banhos depende essencialmente do tipo de pelo e dos hábitos do animal, por exemplo, cães que vivem dentro de casa podem necessitar de banhos quinzenais ou mensais. Cães de pelagem densa como os da raça Akita ou Pastor Alemão não necessitam de banhos frequentes.
Cães com pelos compridos como o Shih Tzu ou Yorkshire necessitam de banho no mínimo quinzenal para manter o pelo bonito. Convém lembrar que banhos em excesso poderão prejudicar a pele do animal e é conveniente utilizar produtos de limpeza adequados a cada tipo de pelo.
Quando há necessidade de transportar um cão num automóvel, sobretudo os de grande porte, quais os procedimentos mais adequados?
A legislação refere que o animal não pode prejudicar a condução. Isto é, um animal pode ser transportado como o proprietário achar mais conveniente, desde que não afete o condutor ou a visibilidade do mesmo. A forma mais estável de transportar um animal é recorrendo a uma jaula ou contentor próprio.
Desta forma, evita que os animais consigam deslocar-se no carro de um lado para o outro ou ter algum comportamento imprevisível que possa distrair o condutor. Existem jaulas próprias para o transporte de cães e gatos. Como alternativa temos o cinto de segurança para cães, uma espécie de trela que faz a ligação entre o peitoral ou coleira e o local onde se insere o cinto de segurança. Recomendo o uso com peitoral, pois em caso de acidente torna-se mais seguro evitando o estrangulamento.
Nas ausências diárias, deve-se deixar o cão com acesso livre à casa ou numa zona limitada?
Tudo depende do comportamento do animal. No caso de um cachorro, aconselho limitar o espaço para controlar os dejetos e evitar que destrua objetos.
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É aconselhável ou não a convivência de animais de diferentes espécies?
O convívio entre animais de várias espécies pode ser saudável, contudo aconselho acompanhamento na fase inicial por parte dos donos.
Qual o número de passeios diários recomendáveis para o conforto de um cão?
No mínimo três.
Quantas visitas, no mínimo, um animal doméstico deve fazer anualmente ao veterinário?
Mais uma vez depende da espécie e idade do animal. No caso dos cães, em jovens devem cumprir um esquema de primovacinação, o que normalmente implica visitas mensais. Em adulto, o animal deverá ser consultado uma a duas vezes por ano.
A alimentação específica é a mais recomendável? Porquê?
As rações comerciais são formuladas por nutricionistas veterinários, sendo por isso equilibradas e respeitam as várias fases da vida do animal. São mais adequadas que a comida caseira.
Animais e crianças: há cuidados especiais na sua convivência?
É importante que o animal seja acompanhado por um veterinário para prevenir possíveis zoonoses, por exemplo, patologias parasitárias. Nos primeiros tempos de contacto entre ambos, também aconselho acompanhamento por um adulto de forma a controlar possíveis comportamentos inadequados por parte do animal ou da criança e fomentar assim o início de uma boa relação.
Quando morre um animal de estimação, qual o procedimento mais correto para o enterrar?
É proibida a colocação de cadáveres de animais nos equipamentos de deposição de resíduos e na via ou lugares públicos. O animal poderá ser entregue para incineração nas câmaras municipais, no caso de cadáveres provenientes de CAMV (s), seguir para incineração, ou o dono poderá solicitar serviço a uma agencia funerária animal.