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Tatuagens sensibilizam contra assédio em locais públicos

Com o mote “Tatua-te contra o Assédio em Locais Públicos”, a iniciativa pretende, num espírito de compromisso entre todos, sensibilizar a comunidade para este tema, já que 78% das mulheres já foi assediada em locais públicos.

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Na Semana Internacional Contra o Assédio em Público, que termina a 17 de abril, a L’Oréal Paris convidou a tatuadora Mariza Seita para criar um conjunto de cinco tatuagens que vão ser partilhadas com influenciadores e criadores de conteúdo, para que em conjunto com a marca se mobilizem para incentivar todos os portugueses a juntarem-se a esta causa.

 

Com o mote “Tatua-te contra o Assédio em Locais Públicos”, a iniciativa pretende, num espírito de compromisso entre todos, sensibilizar a comunidade para este tema, já que 78% das mulheres já foi assediada em locais públicos. Inserida no projeto internacional “Stand Up-Contra o Assédio em Locais Públicos”, a ativação pretende alertar para a formação disponível no site do projeto.

 

Desenvolvida pela “Hollaback!”, esta formação tem como base a metodologia 5D, um sistema pioneiro que permite à vítima e às testemunhas uma intervenção segura contra o agressor. A associação tem como objetivo formar 1 milhão de pessoas até ao final de 2021.

 

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A «L’Oréal Paris é uma marca que tem como missão derrubar estereótipos, de maneira a dar às mulheres confiança e poder para ocuparem o lugar que merecem na sociedade e alcançarem os objetivos que traçaram. Acreditamos no projeto Stand-Up, na metodologia desenvolvida pela Hollaback! e quisemos criar uma ação impactante, inovadora e que conseguisse chamar a atenção de todos para o Assédio em Locais Públicos, que infelizmente afeta tantas pessoas diariamente. Também ela verdadeiro exemplo de empowerment feminino, a Mariza Seita aceitou o desafio de imediato, envolveu-se na criação das tatuagens e contamos com ela e com todos para passar a palavra», afirma Afonso Cruzeiro, diretor de Marketing da  L’Oréal Paris.

 

 

Cada tatuagem representa o símbolo de cada um dos D da metodologia dos 5 D’s. As tatuagens serão publicadas no Instagram da tatuadora e será impressa uma edição limitada, que L’Oréal Paris enviará para 100 mulheres (atrizes, apresentadoras, jornalistas, modelos, empresárias e criadores de conteúdos) apelando assim para que se mobilizem por esta causa.

 

Um balão de fala (em voz alta) para o D de Distrair, um balão de fala para o D de Depois, um apito para o D de Delegar, um telefone com máquina fotográfica para o D de Documentar e um Coração para o D de Direcionar, são os símbolos em destaque nas tatuagens de Mariza Seita, conhecida pela sua irreverência e pelo seu papel na defesa dos direitos das mulheres.

 

«A minha arte tem um papel fundamental na imagem de cada pessoa e no compromisso social. Assumimos as tatuagens como algo único que representa uma escolha individual, uma ambição ou um acontecimento. O Assédio existe e não deve ser ignorado. Orgulho-me de poder fazer parte deste movimento com as minhas tatuagens e poder, também, alertar todos para este problema», comenta a tatuadora Mariza Seita.

 

Mais sobre a Metodologia do 5D

Distrair

Distrair é uma forma indireta de “empatar” o que está a acontecer.

 

Depois

Abordar a pessoa que está a ser assediada e mostrar o apoio de que necessita.

 

Delegar

Chame a atenção de alguém que esteja próximo para o que se passa e pergunte-lhe se existe algo que possa fazer naquela situação

 

Documentar

Observe e testemunhe, escreva ou filme o assédio e forneça o vídeo à vítima.

 

Direcionar

Fale alto e convide o assediador a ir embora, mas lembre-se, a sua segurança e a segurança da pessoa que está a ser assediada vêm em primeiro lugar.

 

Assédio na rua e em espaços públicos: uma questão prioritária mesmo durante a Covid-19

Como revelou o recente inquérito realizado em parceria com a IPSOS, o assédio na rua e em espaços públicos continua a ser uma questão prioritária, mesmo no contexto da pandemia da COVID-19. Desde o início da pandemia, uma em cada três mulheres já sofreu pelo menos uma situação de assédio sexual (um número que se revela assustador nesta curta linha temporal), uma em cada duas acredita que a probabilidade de ser assediada sexualmente num espaço público aumentou, e 42% já testemunhou, pelo menos, um incidente de assédio sexual.

 

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Adicionalmente, existe uma clara necessidade de mais formação neste campo, pois mais de 25% das inquiridas não intervém quando testemunha acidentes deste cariz devido a não saber o que fazer (e 34% afirma que se soubesse o que fazer, teria agido).O inquérito revelou ainda uma mudança significativa no comportamento das mulheres para evitar o assédio sexual, sendo que 75% das inquiridas evita certos lugares (+10% em relação a 2019), 59% adapta o seu vestuário e aparência (+9% em relação a 2020), e 54% evita certos meios de transporte (+10% em relação a 2020).

 

Estes números refletem uma nova realidade que, de forma generalizada, originou uma sensação de ansiedade social em 72% das inquiridas, que consideram que o uso da máscara permite aos assediadores que se escondam e sintam intocáveis.

 

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