Sou muito mais que o meu peso!
A gordofobia é caracterizada pelo medo patológico, ódio e aversão aos corpos gordos. É um problema maioritariamente social e internalizado desde a infância.

Multiplicam-se estereótipos e preconceitos generalizados em relação a pessoas com excesso de peso e de repente parece que “o corpo gordo” começou a ser visto como uma doença e um alvo a ser combatido. Por outro lado, o corpo magro começou a ser percecionado como o ideal de beleza e saúde, sendo um objetivo para todas as pessoas, maioritariamente as mulheres.
Mas, estaremos todos a ficar com gordofobia?
A gordofobia é caracterizada pelo medo patológico, ódio e aversão aos corpos gordos. É um problema maioritariamente social e internalizado desde a infância. Se a criança nasce e cresce numa cultura gordofóbica, onde os comentários relativos a corpos gordos são negativos e até agressivos, a criança aprende que isto é o “normal” e o “mais correto”, e querendo integrar-se na sociedade acaba por adotar estes comportamentos.
Exemplos disto são comentários desadequados como “olha a baleia fora de água”, “olha o barril”, “para uma pessoa gorda, até és bem ativa”, “achas que vais conseguir ser modelo, olha essa barriga”, “é bonita mas trocava o corpo”, “se eu tivesse aquele corpo não usava aquela roupa”, “que monstro”.
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Esta discriminação leva à exclusão social e, consequentemente, nega acessibilidade às pessoas gordas. Trata-se de uma estigmatização estrutural e cultural muito reforçada pela publicidade. A publicidade e as imagens de marca são maioritariamente pessoas magras, em que as fotografias espelham o padrão de beleza tido pela sociedade, com Photoshop e efeitos à mistura. Estas imagens perpetuam as atitudes negativas associadas às pessoas gordas, estando estas muito distantes do corpo perfeito e imaculado de bikini na montra de uma loja de roupa.
As redes sociais reforçam ainda mais as atitudes e estereótipos negativos. A imensidão de fotografias editadas, demonstrando uma “fantasia”. conduz ao reforço das atitudes negativas e consequências severas para a saúde das pessoas gordas, onde a aversão e a internalização da culpa são uma realidade. As consequências, essas têm efeitos nocivos para a saúde física e psicológica.
Ser gordo ou ter um corpo gordo não pode ser sempre visto como um sinónimo de doença, ausência de beleza e aversão. Estas atitudes acabam por culpabilizar as pessoas gordas por terem um corpo gordo e reforçam a ideia que é aceitável censurar e discriminar pessoas pelo seu tipo de corpo e peso.
Por isso, a reter, é muito mais do que o seu peso. Não deixe que nada nem ninguém a reduza a isso. Foque-se no que realmente interessa, naquilo que a torna uma pessoa especial e única e seja sempre exemplo. Não se transforme no que repudia.
Pense nisso e DEScomplique!