Ser refilão é puxar a empresa para baixo?
Nos dias que correm e num mundo tão crítico, ser refilão é quase ser encarado como negativo, crítico, descontente, irreverente e rebelde.... Mas será que é assim?

Quando alguém é refilão é diferente de ser aquele que “liga o complicómetro”, porque quem critica quer dar inputs, quer fazer melhor, quer puxar a empresa para cima e não o contrário.
Quem quer dizer algo construtivo nos dias que correm é quase visto como “lá está ele de novo…”, porque infelizmente vivemos numa época de egos, de pessoas cheias de duplas intenções, de onde o lado mais bonito do ser humano devia ter vindo ao de cima, mas foi exatamente o contrário, ficou pior. Então é difícil aceitar que alguém quer dar um input sem ser finger pointer e sem ter más intenções.
É um desafio, e dos grandes, chegar perto das nossas chefias, direções, ou até de um colega e dizer “eu acho que podíamos fazer isto ou aquilo diferente”, porque o primeiro impacto é “pronto, lá vem mais uma crítica, nunca estás contente com nada”. E, sim, até pode ser uma crítica, mas construtiva, com um intuito bom, para acrescentar valor e não para retirar.
Contudo, a verdade é que na época em que vivemos as pessoas estão centradas nelas, no seu umbigo, no seu mundo e ir “tocar na ferida” e dizer “vamos fazer diferente” é encarado como mau.
Mas às chefias, direções de empresas, colegas, a todos nós, não nos é ensinado ao longo da vida que devíamos ser sinceros, e que devemos ser honestos e transparentes? E que isso até são qualidades? Claro, não diga tudo o que lhe vem à cabeça, sem freios, diga sempre com tato e com palavras “temperadas com sal (qb)” .
Mas então porque temos medo de ser os refilões lá do sítio?
Já pensou que há coisas que poderia ter dito que se calhar ajudariam outros? Já pensou que ser sincero e franco (com tato e bom senso) são qualidades que se estão a perder?
Pense no que pode ajudar a sua empresa, os seus colegas, os seus chefes a serem melhores. Refile, sim, mas com argumentos. Diga o que está mal, mas apresente soluções, ideias, alternativas, porque se não estará a ligar o “complicómetro” e não está a acrescentar nada a ninguém, nem a si mesmo.
A boa comunicação, sobretudo agora na era digital e em tempos de distanciamento social, deve ser prezada e valorizada. Vivemos numa sociedade onde tudo se critica, mas nada se faz. Faça diferente, refile, mas refile com argumentos e nunca se esqueça: sempre com tato e com palavras “temperadas com sal (qb)” .