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Sangue: dar (mais) para salvar

No âmbito do Dia Nacional do Dador de Sangue, assinalado a 27 de março, o médico Luís Negrão alerta para a necessidade de os jovens se empenharem também nesta causa, de forma a regenerar a comunidade dadora.

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A dádiva de sangue não tem repercussões negativas na saúde e só vai trazer benefícios a quem precisa dele. Além disso, doar sangue não envolve nenhuma preparação especial: é apenas recomendado que ingira líquidos e faça uma refeição leve a seguir a doar sangue.

 

À medida que a população portuguesa envelhece, existem também alterações na população de dadores. Em 2017, verificou-se uma diminuição de dadores e dádivas de sangue e a proporção de dadores de primeira vez atingiu o seu valor mais baixo desde 2012, representando os dadores regulares 87,76% do total de dadores.

 

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Existem diversas instituições que, juntamente com o Instituto Português do Sangue e Transplantação, organizam, anualmente, sessões de colheita de sangue. Atualmente, existem cerca de mais de 200 associações e grupos de dadores de sangue em todo o país, que têm como dirigentes associativos pessoas com a missão de ajudar o próximo através da dádiva de sangue. Desta forma, existe em Portugal sangue suficiente para fazer face às necessidades. O Grupo de Dadores de Sangue da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi criado a 14 de maio de 1983 por iniciativa dos colaboradores do banco e é considerado o maior do país a nível institucional.

 

O que é necessário fazer é aumentar a frequência dos dadores nos locais de colheita e que se associem a esta causa dadores mais jovens, em quantidade suficiente para repor os que, por limite de idade e / ou por doença, vão estando impossibilitados de doar. É também necessário fidelizar os mais jovens a esta causa, passando a mensagem de que, atualmente, não existe substituto para o sangue.

 

Assim, somente o homem tem a capacidade de doar sangue e, ao doar sangue, o dador está a ajudar um desconhecido, que necessita de sangue para continuar a viver. A falta de dadores de sangue conduz à falência da vida humana.

 

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De um modo geral, o dador deve ser um indivíduo saudável, com bons hábitos e comportamentos de vida, não deve sofrer de doenças que coloquem em risco a sua saúde nem a saúde de quem vai receber o sangue. O dador nem sempre reconhece que uma não aprovação para a dádiva é feita com o intuito de o proteger ou de proteger a saúde de quem irá receber o sangue, demonstrando alguma indignação e considerar até provocatório para a sua integridade como pessoa o facto de não poder doar sangue. A dádiva é um dever, não é um direito e, por isso, só pode dar sangue quem for efetivamente saudável.

 

A colheita de sangue procura colmatar as necessidades dos hospitais em épocas críticas, estabilizando as reservas do IPST, permitindo salvar vidas todos os dias. É, por isso, necessário incentivar cada vez mais pessoas a dar um pouco de si.

 

 

Luís Negrão

Médico de Saúde Pública

 

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