Chocolate: Saiba tudo sobre ‘o alimento mais desejado’
A 7 de julho, celebra-se o Dia Mundial do Chocolate e nós não podíamos deixar passar a data em branco. Saiba mais sobre os benefícios para a saúde, os seus vários tipos e os quais os chocolates mais saudáveis para continuar a ter aquela desculpa para comer o seu pedaço de chocolate diariamente.

O Dia Mundial do Chocolate degusta-se a 7 de julho. Degusta-se sim, leu bem. Afinal, é o dia em pode e deve comer chocolate sem quaisquer preconceitos, seja em forma de tablete de chocolate, de bebida, gelado, bolachas ou bombons. Neste dia é mandatário consumir uma boa dose de chocolate.
De forma a compreender um pouco mais sobre este que é um dos maiores ‘guilty pleasures’ pelos quatro cantos do mundo, a MOOD falou com alguns especialistas sobre a sua importância numa dieta rica e equilibrada.
De acordo com Lillian Barros, nutricionista clínica, o facto de se querer perder ou manter o peso ideal para a sua estatura não significa limitar a sua escolha alimentar. «Devemos aprender a tirar partido da comida, ingerindo um pouco de tudo. Se não for em excesso, um “miminho” de vez em quando não é sinónimo de desastre alimentar», explica.
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Existem alimentos, saborosos e com propriedades nutricionais que «ajudam na produção de serotonina (um neurotransmissor associado ao bem-estar, saciedade, alegria e bom humor), como é o caso dos alimentos ricos em triptofano», afirma, tal como o chocolate.
Os vários tipos de chocolate
No entanto, há vários tipos de chocolate: o chocolate negro, o de leite e o branco. «O chocolate negro é composto por mais % de cacau, mais matéria pura (negra) e menos manteiga, sendo essencialmente usado para fins culinários. Hoje em dia, devido a várias publicações científicas sobre as características farmacológicas do cacau, também já é utilizado como um nutracêutico (alimento que trata). O chocolate de leite, inventado pelos suíços, é o mais usado para combinar muitas variedades de cacau de diversos países, sendo normalmente misturado com leite condensado. Já o chocolate branco, só por ser um derivado é que se chama chocolate, mas, na verdade, é essencialmente composto por manteiga de cacau, açúcar e leite», explica Paula Mouta, naturopata científica e nutrigenética, no seu livro ‘Chocolate com Poesia’.
Apesar de ter estas três opções, o que traz mais benefícios à saúde é o chocolate negro ou preto (tem estas duas designações). De acordo com um estudo apresentado por uma equipa de investigação da Universidade de Loma Linda, na Reunião Anual de Biologia Experimental de 2018, consumo de chocolate negro com uma elevada concentração de cacau (70% de cacau e 30% de açúcar proveniente de cana de açúcar) tem impactos bastante positivos na saúde, tais como a diminuição dos níveis de stress, ações anti-inflamatórias, uma melhoria substancial na memória e no estado de humor, bem como no sistema imunitário.
Sendo o cacau uma fonte rica em flavonoides que, por sua vez, é rico em antioxidante, faz deste alimento um nutriente benéfico para a saúde cerebral e cardiovascular.
Um dos autores do estudo, Lee Berk explicou no Congresso a importância desta investigação: «Durante anos, analisámos a influência do chocolate amargo nas funções neurológicas do ponto de vista do teor de açúcar – quanto mais açúcar, mais felizes estamos. Esta é a primeira vez que analisamos o impacto de grandes quantidades de cacau em doses tão pequenas quanto uma barra de chocolate de tamanho normal em seres humanos. Os resultados mostram-nos que quanto maior for a concentração de cacau, mais positivo é o impacto na cognição, memória, humor e imunidade.»
A nutricionista Lillian Barros vai mais longe. Para além das vantagens já inumeradas, «os flavonoides do chocolate diminuem a oxidação do colesterol LDL (mau colesterol), assim como a tendência para a agregação plaquetária, evitando enfartes e AVC, e diminuem o risco de certos tipos de cancro». Além disso, este alimento, rico em manganês, potássio e magnésio e algumas vitaminas, «tem uma ação diurética e atua como estimulante ligeiro do sistema nervoso central, do sistema respiratório e dos músculos cardíacos».
Devido ao seu teor dietético e à saciedade que produz quando ingerido pelo elevado teor de fibra, a naturopata Paula Mouta, afirma que «deve ser consumido três vezes por dia um quadrado de cacau entre as refeições, de forma a reduzir a fome».
Mas as vantagens do ‘alimento maravilha’ não se ficam por aqui. Segundo o fundador da Sociedade Internacional do Estudo da Tosse, o britânico Alyn Morice, o chocolate é o melhor remédio caseiro para acalmar a tosse devido à sua «viscosidade que protege as terminações nervosas da garganta que desencadeiam a vontade de tossir».
Mesmo estando a par de todos os benefícios deste alimento, é importante relembrar que todos os tipos de chocolate devem ser consumidos com alguma moderação. Lillian Barros deixa um conselho: «Quando se pensa em chocolate, não se pode esquecer que muitas substâncias estão presentes na sua composição, entre elas, os triptofanos, a feniletilamina, a teobromina, a cafeína, os flavonoides, vitaminas e sais minerais.
Mas não devemos ignorar que existe também gordura, o que não torna esta tentação tão perfeita [quanto todos gostariam]. No seu processamento, alguns tipos de chocolate podem ter leite e gordura hidrogenada, tornando-os verdadeiros vilões para a saúde por aumentar muito seu valor calórico. O chocolate preto com mais de 70% de cacau parece ser a melhor opção para incluir na sua dieta».
O chocolate é mesmo maravilhoso para uma boa saúde, mas antes de cair na tentação tenha atenção qual é o tipo de chocolate que vai ingerir e consuma-o com ‘conta, peso e medida’, como diz o ditado popular. Mas não se prive! Viva e coma, mas sempre com moderação!