Relações abertas: a nova forma de amar
Nos últimos anos, as relações abertas têm vindo a ganhar espaço no panorama das dinâmicas amorosas.

Este modelo desafia a exclusividade característica das relações monogâmicas e propõe algo mais fluido, baseado na liberdade e na confiança mútua. Mas será esta “nova forma de amar” para todos?
Como psicóloga, vejo cada vez mais pessoas a questionarem os moldes tradicionais dos relacionamentos. Contudo, é essencial compreender que as relações abertas, apesar de promissoras, trazem desafios e exigem uma abordagem consciente.
O que é uma relação aberta?
Em termos simples, é um relacionamento onde ambas as partes concordam em explorar conexões emocionais ou físicas com outras pessoas, mantendo a ligação primária como base. Este modelo não é sinónimo de descompromisso ou falta de amor, mas antes uma escolha consciente de viver o amor de forma não exclusiva.
Este modelo não é uma solução para problemas conjugais, mas sim uma escolha que deve partir de um lugar de segurança emocional pelo que antes de considerar uma relação aberta, questione-se sobre os seus valores e limites.
Mas se decide avançar deixo-lhe algumas dicas
- Comunicação é a Chave
Sem diálogo claro, uma relação aberta não sobrevive. É crucial discutir expectativas, limites e emoções desde o início. Como começar? Faça perguntas como:
- Que tipo de envolvimento com outras pessoas é aceitável?
- Com que frequência devem conversar sobre o estado da relação?
- Defina Limites Claros
Cada relação é única e, por isso, os limites devem ser estabelecidos em conjunto. Há quem permita encontros casuais, mas exclua envolvimentos emocionais; outros optam por total liberdade. Revisitem os limites periodicamente. As necessidades e os sentimentos podem mudar, e ajustar as regras evita conflitos futuros.
- Trabalhe o Ciúme e a Insegurança
Mesmo numa relação aberta, o ciúme pode surgir. É normal sentir-se inseguro ao imaginar o parceiro com outra pessoa, mas a gestão deste sentimento é fundamental. Como lidar:
- Reforce a sua autoestima através de práticas que o façam sentir-se valorizado.
- Converse abertamente sobre os seus receios, evitando culpar ou julgar o outro.
- Priorize a Relação Principal
Uma relação aberta não deve significar negligenciar a relação primária. Invista tempo e energia em momentos de qualidade com o seu parceiro.
Deixo a Sugestão de agendaram “encontros exclusivos” regularmente, onde reforcem a conexão emocional e física entre ambos.
- Prepare-se para o Olhar da Sociedade
As relações abertas ainda enfrentam preconceitos, e a pressão social pode ser um desafio. É importante que o casal esteja alinhado e confiante na sua escolha, independentemente das opiniões alheias.
Procure apoio em comunidades ou fóruns que promovam modelos relacionais alternativos. Sentir-se compreendido faz toda a diferença.
Por fim, tenha em mente que nem todos estão prontos para abraçar a ideia de uma relação aberta, e isso é perfeitamente aceitável. Este modelo exige maturidade emocional, autoconhecimento e uma capacidade elevada de confiar e respeitar o outro.
Se a ideia de explorar este caminho lhe parece atraente, lembre-se de que não existem fórmulas mágicas para o sucesso. O amor, seja ele aberto ou não, requer trabalho, dedicação e, acima de tudo, um profundo respeito por si e pelo outro.
Afinal, amar é um ato de coragem — e cada um escolhe a sua forma de o viver.