Home»ATUALIDADE»ESPECIALISTAS»Quistos do ovário – parte 2

Quistos do ovário – parte 2

Pinterest Google+
PUB

TRATAMENTO

Mulheres jovens

Nas mulheres jovens, em idade fértil, a maioria dos quistos não requer nenhum tratamento, pois causam poucos ou nenhuns sintomas e desaparecem espontaneamente após 1 ou 2 meses. Um controlo ecográfico após 8 a 12 semanas é geralmente indicado para o médico avaliar se o quisto regrediu ou aumentou de tamanho neste período de tempo.

 

Se o quisto for grande (maior que 6 cm), apresentar um crescimento contínuo, causar sintomas intensos ou, principalmente, se tiver uma aparência suspeita aos exames de imagem, a cirurgia para excisão do quisto é uma opção a ser levada em conta. Os quistos do ovário causados por endometriose (endometriomas) também costumam requerer tratamento cirúrgico, a partir de determinadas dimensões.

 

É bom realçar que o tamanho da massa quistíca não tem relação directa com a possibilidade da mesma ser de origem neoplásica (maligna). Assim quistos volumosos ou que crescem não são necessariamente malignos, do mesmo modo que quistos pequenos não são forçosamente benignos.

 

Uma mulher em idade fértil que desenvolva quistos com alguma frequência tem vantagem em ser medicada com anticoncepcionais hormonais, que como se sabe bloqueiam a ovulação. Se a mulher não ovular a probabilidade de desenvolver novos quistos é menor e assim estes medicamentos podem reduzir o risco de aparecimento desta patologia.

 

Mulheres após a menopausa

Nas mulheres no período pós-menopausa, o aspecto do quisto na ultrassonografia / TAC / RMN e o valor do CA 125 ajudam a definir a melhor conduta. Se ele tiver uma aparência benigna e o valor do CA 125 for normal ou baixo, o médico poderá apenas acompanhá-lo com exames imagiológicos a cada 3 ou 6 meses. Contudo, se houver alguma dúvida quanto à benignidade da lesão, a cirurgia é a atitude mais recomendada.

 

Os quistos em mulheres mais velhas não costumam desaparecer espontaneamente. Isso não significa, que eles precisam ser necessariamente removidos por cirurgia. Se um quisto for pequeno, assintomático e com características manifestamente benignas, pode ser apenas vigiado recorrendo aos exames já mencionados. Contudo e como já referi anteriormente, independentemente da idade da mulher, qualquer quisto suspeito de ser cancro do ovário requer uma abordagem cirúrgica. Esta tem também indicação nas seguintes situações:

  • Quisto complexo/não puro (que não é apenas constituído por liquido) e que não desaparece.
  • Quisto que provoque sintomas e/ou que esteja a aumentar de tamanho.
  • Quisto ovárico simples / puro com dimensões acima de 6-7 centímetros.

 

Existem fundamentalmente dois tipos de abordagem cirúrgica no tratamento dos quistos ováricos:

  • Laparoscopia – é mais frequentemente utilizada quando o quisto não tem grandes dimensões (menos de 10 cm) e não apresenta características suspeitas de malignidade. Deve ser sempre tentada a realização, apenas, da excisão do quisto (quistectomia), com preservação da maior quantidade possível de tecido ovárico são.

 

  • Laparotomia – é a via de abordagem mais adoptada nos casos de quistos volumosos (com mais de 10 cm) ou que são altamente suspeitos de serem de origem cancerosa. Se durante a cirurgia é confirmada a malignidade do tumor, normalmente é excisado todo o ovário e dependendo da idade da mulher e de outros achados intra-operatórios pode haver indicação para a remoção do outro ovário e do útero.

 

Se for removido apenas um ovário, a fertilidade da mulher não fica comprometida.

 

Artigo anterior

Proteja-se contra o inverno

Próximo artigo

Na andropausa e na menopausa…o que comer?