Quisto pilonidal: uma doença de jovens?
Um novo procedimento torna desnecessário o sofrimento causado pelo tratamento tradicional desta doença.

O sinus pilonidal, também conhecido embora erradamente como quisto dermoide, é uma doença muito frequente principalmente nas idades mais jovens.
Embora geralmente não se possa considerar grave, afeta muitas vezes a atividade normal do dia a dia, podendo complicar-se por infeções de carácter agudo ou crónico.
Para além da simples drenagem quando complicado de abcesso, o tratamento definitivo passa pela cirurgia para a sua remoção completa.
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Existem várias técnicas cirúrgicas clássicas para o tratamento desta doença, sendo que todas elas têm em comum um pós-operatório muito doloroso, uma convalescença demorada e a necessidade, por um período mais ou menos demorado de tratamentos locais (pensos), geralmente muito penosos para o doente. Nalguns casos, a cicatrização completa pode demorar várias semanas.
Para além de tudo isto, existe ainda possibilidade de recidiva, necessitando de novo procedimento cirúrgico com repetição de mais um ciclo de sofrimento.
Estas perspetivas levam frequentemente à não aceitação da cirurgia por parte de muitos doentes, implicando em muitos deles, durante anos, no seu quotidiano, a inclusão de cuidados especiais de higiene e de desinfeção.
Novo tratamento
Felizmente, novas abordagens cirúrgicas possibilitam já uma mudança radical deste panorama. Embora ainda não muito divulgada, a técnica de remoção do sinus pilonidal com o auxílio a videoscopia e energia laser possibilita um pós-operatório quase isento de dor e a possibilidade de uma recuperação rápida e cómoda.
As complicações desta cirurgia são raras e sem gravidade. O grau de eficácia é de cerca de 85%, mas em caso de insucesso ou recidiva este procedimento pode ser repetido.
A operação, que pode ser efetuada em regime ambulatório, começa pela introdução, através de um pequeno orifício, de uma pequena ótica ligada a uma câmara de vídeo.
Segue-se a aplicação de laser através da introdução de uma fibra através do mesmo orifício. A recuperação dá-se em poucos dias e os cuidados podem ser feitos pelo próprio doente.
Dado em Portugal não ser prática corrente, estou orgulhoso por ser um dos poucos cirurgiões a praticar esta técnica e a possibilitar que os meus doentes possam beneficiar das largas vantagens desta nova abordagem.
Este avanço torna assim desnecessário e pertencendo ao passado o sofrimento causado pelo tratamento tradicional desta esta doença.
Por Eduardo Xavier
Proctologista e médico cirurgião