Porto Santo lança campanha para travar lixo marinho
Duas novas mascotes vão ajudar a sensibilizar residentes e turistas para a urgência de livrar a natureza dos resíduos de plástico que causam estragos à vida marinha e poluem as praias locais.
A campanha Porto Santo Sem Lixo Marinho dá a conhecer o João e o Tristão, as mascotes da campanha “Porto Santo Sem Lixo Marinho” que vão apelar a residentes e visitantes para ajudarem a proteger a biodiversidade da ilha, reduzindo os resíduos plásticos.
«Todos os anos, 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos gerados em terra chegam ao oceano, causando danos irreparáveis à fauna e à flora marinha. Um estudo no sul de Portugal observou plásticos nos tratos gastrointestinais de 22,5% das 160 aves marinhas analisadas», afirmou Ângela Morgado, diretora executiva da ANP|WWF, representante do projeto.
«Esta campanha do Porto Santo Sem Lixo Marinho pretende sensibilizar todas as pessoas na ilha para a necessidade de pensarem no que trazem, consomem e no que descartam na ilha. O impacto deste tipo de resíduos duradouros é enorme aqui, e o potencial de acumulação representa um problema que não depende apenas das autoridades para a sua resolução – cabe a todos nós fazer parte do processo de gestão de resíduos, através de uma redução na utilização de descartáveis, uma aposta nos materiais reutilizáveis, na reciclagem. Acreditamos que esta campanha vai contribuir para a diferenciação e valorização da ilha do Porto Santo».
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Campanha para mudar hábitos
A campanha, desenvolvida pela agência NOSSA, é o terceiro passo num trabalho de um ano e meio realizado pelos parceiros do projeto, e visa informar e estimular a mudança de hábitos das pessoas, para que protejam a natureza e biodiversidade da ilha, atualmente considerada Reserva da Biosfera da UNESCO.
O João (uma foca-monge) e o Tristão (uma tartaruga careta) foram apresentados ao público através das redes sociais dos parceiros, dos aderentes ao selo e ainda com muppis espalhados pela ilha. O #portosantosemlixomarinho conta ainda com o apoio de parceiros chave, como é o caso da Ana Aeroportos, a Porto Santo Line e hotéis locais.
Ao longo do último ano, foi realizado o levantamento de dados e amostragem do Plano de Gestão Comunitário e Processo Participativo e várias iniciativas de recolha de lixo nas praias do Porto Santo.
Recentemente, foi criada a app Beached Litter Reporter. Esta aplicação para Android foi especificamente desenhada para incentivar as comunidades a disponibilizarem dados relevantes, ao mesmo tempo que ganham mais consciência sobre o problema do lixo marinho, combinando envolvimento dos cidadãos e tecnologia moderna para ajudar no combate ao lixo marinho. A aplicação utiliza uma lista harmonizada de itens acordados nas diretivas da OSPAR.
Em junho, num evento que juntou entidades como a Câmara Municipal do Porto Santo, a Secretaria Regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas e a embaixada da Noruega, foram apresentados os resultados da primeira fase do projeto e entregue o selo “Porto Santo Sem Lixo Marinho” aos estabelecimentos aderentes, juntamente com a assinatura de compromissos pelas entidades presentes.
Os critérios do Selo foram definidos com base em vários momentos participativos que têm vindo a ser realizados desde janeiro de 2021 junto de entidades públicas e privadas, através de um inquérito e de workshops participativos. A adesão ao selo poderá ser feita em qualquer momento, ao longo do ano de 2021. Aos interessados basta que solicitem mais informações à Câmara Municipal do Porto Santo (rubinabrito@cm-portosanto.pt ).
O projeto é financiado pelo Programa Ambiente dos EEA Grants e reúne como parceiros a Associação Natureza Portugal, em associação com a WWF, a AIDGLOBAL, a Água e Resíduos da Madeira, a Câmara Municipal do Porto Santo e a ARDITI, o apoio da WWF Noruega e da Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas.