Polícia de Hong Kong prende dezenas de líderes pró-democracia
O grupo, preso sob uma nova lei de segurança nacional polémica decretada pela China, estava envolvido numa votação primária não oficial para selecionar candidatos a eleições. Recentemente a polícia já havia prendido dezenas de pessoas sob esta nova lei, incluindo Jimmy Lai, o magnata e fundador do ‘Apple Daily’, um jornal pró-democracia.
A imprensa internacional dá hoje conta da prisão de 53 ativistas pró-democracia em Hong Kong acusando-os de tentarem derrubar o governo da cidade. O grupo, preso sob uma nova lei de segurança nacional polémica decretada pela China, estava envolvido numa votação primária não oficial para selecionar candidatos a eleições. Recorde-se que Pequim impôs a legislação para reprimir a dissidência no território semiautónomo em junho passado, alegando ser necessário conter meses de protestos violentos em prol da democracia.
Segundo o ‘The New York Times’, a polícia também visitou pelo menos um escritório de advogados e três órgãos de comunicação social para exigir documentos. A lei de segurança nacional, que o governo chinês impôs em junho, tem sido usada como uma ferramenta poderosa para reprimir os ferozes protestos contra Pequim que decorreram na cidade durante meses.
Ao mesmo jornal, a Amnistia Internacional diz que as prisões são «a demonstração mais nítida de como a lei de segurança nacional foi transformada numa arma para punir quem ousar desafiar o regime».
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Recentemente a polícia já havia prendido dezenas de pessoas sob a lei de segurança nacional, incluindo Jimmy Lai, o magnata e fundador do ‘Apple Daily’, um jornal pró-democracia. «Esta é uma limpeza total a todos os líderes da oposição», diz Victoria Hui, professora associada de ciência política na Universidade de Notre Dame, ao ‘The New York Times’, acrescentando que a lei de segurança «visa a subjugação total do povo de Hong Kong. Não deve haver expectativa de eleições».
Em julho do ano passado, uma aliança de partidos da oposição concorreu a primárias organizadas de forma independente para ver qual dos seus candidatos teria as melhores hipóteses na eleição de setembro para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong. Segundo a BBC, mais de 600 mil pessoas votaram nas primárias. A eleição foi posteriormente adiada, com as autoridades a citarem preocupações com a pandemia como o motivo do atraso.
Os grupos de oposição esperavam que a conquista de mais cadeiras lhes desse poder suficiente para bloquear as propostas do governo e aumentar a pressão para reformas democráticas.