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Paula Mouta: «O corpo dá-nos sinais de alerta todos os dias»

Acaba de lançar o livro ‘Crónicas de Bem Viver’, onde sintetiza anos de conhecimento e prática na área da naturopatia. Acredita na capacidade de o ser humano se regenerar e se tratar. Basta ler os sinais que o corpo nos dá. Por trás, estão conceitos como epigenética ou alimentos nutracêuticos.

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E qual o papel da mente? Como influencia o corpo e vice-versa?

A mente é o relógio circadiano, acionado pela luz que a iris recebe todos os dias, e com essa luz todos os nossos comandos neurológicos, motores e emocionais são organizados durante 24 horas e influenciados por tudo o que nos rodeia. Se nesta organização houver desarmonia – por exemplo, a falta de água no corpo -,  isto vai gerar, dia após dia, uma deficiência no metabolismo de hidratação celular. E com isso afetamos cerca de sete fatores metabólicos, sendo que o maior deles será o sistema circulatório. Duas das desarmonias mais persistentes são a irritação e o desânimo causados por um intestino preguiçoso ou demasiado solto. O intestino é responsável por muitos problemas emocionais, por depressões acentuadas e prolongadas. Entra-se num circuito bola de neve.

 

O ser humano tem capacidade de se regenerar? Conseguimos curar tudo ou quase tudo?

Somos seres minerais oscilantes. Essa capacidade é algo incrivelmente maravilhoso, porque se houver harmonia do sistema mineral, rapidamente podemos organizar o nosso corpo. Que se tenha em conta que “rapidamente” leva cerca de 21 dias, por cada ano de erros e danos.

 

Acertar o relógio humano tem e deve ser feito com toda a responsabilidade de um profissional qualificado. Mas sobretudo nós devemos ter força de vontade, porque acertar o que andou mal por muitos anos também dói, porque temos de passar pela crise da cura. A maioria das pessoas procura soluções rápidas e quando se deparam com esta crise desistem. Adoecer faz doer, mas recuperar também, é uma questão de persistência. Afinal 21 dias passam rápido, depois é só fazer o resto do percurso com calma e sabedoria.

 

Veja também: Alimentos nutracêuticos: o antivírus do ser humano

 

Então, como é que a naturopatia nos pode ajudar a um maior bem-estar?

A naturopatia é uma prática de saúde integral, que usa os recursos da natureza. Ela combina técnicas e métodos científicos e empíricos, modernos e tradicionais, através de várias áreas da medicina integrativa. Pode até conciliar-se naturalmente com a medicina alopática. Afinal, ambas bebem da fonte do mestre Hipócrates. Quando alguém busca pelo meu trabalho, eu alio a naturologia clínica à nutrigenética. Nesta aliança, oriento e trato as desordens metabólicas, ao fazer uso dos alimentos.

 

Mas também utilizo outros meios de tratamento e de avaliação, como é o caso da geoterapia e da avaliação metabólica epigenética, feita através de uma tecnologia alemã, chamada S-Drive System. Através do folículo do cabelo faço um teste indolor, rápido e que nos dá com precisão o estado do biótipo de quem vai em busca de uma recuperação ou orientação. Isto permite-me focar a sua alimentação e todos os outros suportes terapêuticos, de forma única e personalizada.

 

Somo realmente o que comemos? Como a alimentação se inscreve no nosso corpo?

A interação da nossa alimentação modula os nossos genes. Somos na verdade o que comemos e como comemos. A nossa relação com o alimento é feita através dos campos energéticos do sistema humano e da substância que estamos a ingerir, isto é, o corpo é um laboratório que produz enzimas e é nelas que reside o poder da vida. É importante gerirmos a nossa própria sustentabilidade.

 

Veja também: O que é a naturopatia?

 

Na sua prática enquanto naturopata que conhecimento valioso já conseguiu retirar?

Todos os dias no consultório eu recebo lições de vida. Cada pessoa que acompanho e ensino a recuperar a sua saúde, faz-me estar informada, atualizada, sempre a ter de saber o que o mundo descobre pelo bem de cada um de nós. Por exemplo; ando a escrever já outro livro, desta vez sobre o poder da água na vida e no planeta, como ela influência os nossos sistemas. A maior parte das pessoas está literalmente desnutrida de água. Para que neste livro eu possa ter o saber com conhecimento mais fresco, em novembro e dezembro vou para Santiago de Compostela estudar nutrição celular.

 

Neste momento estou a fazer um estudo sobre fatores de transferência, que são moléculas mensageiras. São um sistema de mensagens imunitárias de grande eficácia, que renovam a programação imunológica de qualquer indivíduo. Estou a aprender como eles vão ao núcleo da célula levar essa informação, para que possa ajudar quem me procura e confia no meu trabalho. Em setembro, volto ao Brasil, por 15 dias para me renovar e trazer mais conhecimento. E assim vou evoluindo, afinal, como digo sempre, sou uma mulher do mundo! Ser naturopata faz de mim uma eterna estudante e isso faz-me bem, porque posso fazer o bem aos outros

 

Paula Mouta escreve quinzenalmente sobre naturopatia na Mood. Veja todos os artigos aqui

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