Onde não errar na decoração
No mundo das artes e da criatividade pode pensar-se que tudo é permitido e que o céu é o limite. Isso poderá ser verdade para muitas coisas na vida, no entanto, no design há critérios que devem ser seguidos.
Podemos replicar nas nossas casas algo que vimos numa revista? Será que é aconselhável comprar mobiliário que gostamos sem critérios? Escolher tapetes é assim tão fácil? E relativamente à altura a que penduramos os quadros, existe alguma mais indicada?
Se não tivermos em atenção vários aspetos aquando do planeamento da intervenção nas divisões de uma casa, teremos certamente erros gritantes que arruínam todo um ambiente. Vejamos então alguns pontos a ter em consideração para que isso não aconteça.
Não verificar as medidas dos espaços e do mobiliário
É de extrema importância que todas as medições sejam feitas e colocadas numa folha, num esboço, antes de se comprar o que quer que seja, pois, por exemplo, é fundamental que um sofá caiba no espaço para ele destinado. Todo o milímetro conta e por essa medida uma peça pode não caber entre duas paredes.
Espaço para circulação insuficiente / Excesso de mobiliário e de acessórios
Estes dois aspetos cruzam-se e são um comum e grande erro das pessoas. Deixamo-nos levar pelo ímpeto do consumismo e compramos tudo o que nos parece bonito e não pensamos depois onde as vamos colocar. Lembrarmo-nos da máxima “menos é mais” é de uma enorme utilidade. Não vamos querer que as pessoas mal consigam andar pela casa devido ao excesso de móveis e que pelo excesso de acessórios quem lá vive tenha um trabalho enorme para fazer a limpeza.
E lembrem-se: é a nossa casa, não é uma loja com objetos variados. O excesso de acessórios também pode ser sinónimo de misturas de objetos que não combinam entre si, não formam um todo e isso faz com que seja apenas um amontoado de coisas em cima de um móvel.
Má combinação das cores
Não há pior sensação do que entrar numa divisão e haver um ambiente com cores demasiado escuras ou demasiado monocromático. Será até possível fazer ambientes mais monocromáticos, mas para funcionar tem de se recorrer a profissionais que utilizam a combinação de texturas e revestimentos e criam algo incrível. Como não somos todos designers e decoradores é melhor inspirarmo-nos mesmo em paletas de cores já feitas, nomeadamente na natureza ou em tapetes.
Iluminação negligenciada
Este é um ponto por vezes muito relegado para segundo plano e nunca o deve ser! A iluminação é tão importante como a escolha de um sofá ou de um móvel. Tudo é importante e a iluminação vai influenciar toda a decoração, pois a perceção das cores tem muito a ver com o tipo de iluminação, seja a natural, durante o dia, ou a artificial, através de pontos de luz.
Quadros e espelhos na altura errada
Ora, esta situação ocorre muito pelo facto de as pessoas não terem conhecimento de que há orientações no que diz respeito a que altura é suposto pendurarmos os nossos quadros. Não, não é para alinhar a parte superior do quadro pela ombreira da porta. A altura recomendada é, em média, a 1,60m de altura, medida do chão ao centro do quadro. Ou podemos pensar na parede dividida em quatro partes e o centro do quadro deverá estar no 3º quadrante a contar do chão.
Escolha errada do tamanho dos tapetes
Se vamos ter tapetes em casa, devemos mesmo fugir aos que são demasiado pequenos, nomeadamente quando pensamos numa sala. O tapete deve ser amplo o suficiente para albergar a maior parte da área da sala, no mínimo 2,5m por 3m, devendo ainda ficar por debaixo do sofá alguns centímetros de forma a também ficar sempre esticado. Os tapetes mais pequenos guardemos para a cozinha ou para as instalações sanitárias.
Não querer investir no mais definitivo
Adquirir bons revestimentos pode ser algo dispendioso do ponto de vista financeiro, no entanto, é fundamental que sejam de enorme qualidade pois é o que pretendemos que dure mais. Falamos de material tanto para o pavimento quer para as paredes. Comprar algo muito barato pode ser apelativo para a carteira no momento, mas poderá vir a ter maiores custos no futuro pois terá de haver maior frequência na sua substituição.
Não definir / não seguir um estilo decorativo
Escolher um estilo dá-nos uma grande tranquilidade porque nos dá linhas orientadoras da paleta de cores, dos materiais a serem utilizados e da própria iluminação. Não ter esse estilo para nos guiar pode ser um pesadelo para muitas pessoas.
Falta de personalidade
O que mais importa é que, para além de ter um estilo decorativo definido, haja um toque nosso, da nossa criatividade, da nossa história em termos familiares presente na nossa decoração. Não há sensação mais estranha do que entrar num espaço sem qualquer presença da personalidade, da identidade da pessoa que lá vive. E deve poder viver sem que seja num ambiente de revista e no qual não possa usufruir do sofá porque se suja ou não possa recostar-se nas almofadas porque não se podem amachucar.
Viva no seu espaço com conforto e harmonia. Crie, mas com rigor também. E seja feliz.