O exercício é o seu escape? Então acorde!
A nossa sociedade precisa urgentemente de “despertar” no que diz respeito à relação corpo-mente.

Conheci recentemente um terapeuta que mencionou uma frase célebre cujo autor não me recordo: “Quando olhamos para fora, sonhamos; quando olhamos para dentro, acordamos”.
Deparo-me muitas vezes com pessoas que ocupam a sua vida ao máximo e que usam o exercício como uma atividade que preencha o resto do dia, as horas que sobram, para além do trabalho e outras ocupações.
Se pudesse eleger atividades para ocupar as horas do dia, sem dúvida que elegeria o exercício como uma delas. Desde que esta ocupação não significasse substituir a oportunidade de olhar para dentro de si próprio. O que quero dizer com isto?
Muitas vezes recebo pessoas cujo objetivo se prende exclusivamente com a forma, a estética, a melhoria da composição corporal, o “corpo ideal”. E mesmo mediante um processo bem-sucedido, continuam a “sonhar” com um corpo inatingível. Por vezes, a melhoria é tão significativa que se torna difícil entender como a pessoa continua sempre insatisfeita consigo própria, com os resultados, com o seu próprio corpo. Daí a adequação da frase supracitada.
Acorde! De uma vez por todas!
Acordar traz consigo a gratidão pela nossa funcionalidade motora e pela saúde da qual podemos usufruir por via do exercício (e, claro da boa nutrição). A nossa sociedade precisa urgentemente de “despertar” no que diz respeito à relação corpo-mente.
Seria desejável que os praticantes de exercício se focassem nos benefícios do mesmo a nível da saúde, mobilidade, força/resistência, performance humana, mais do que em resultados inatingíveis, que só conduzem a frustração e ansiedade! Sempre imaginando aquele “corpo de sonho” de capa de revista, apenas compatível com uma genética abençoada e um conjunto de rotinas difíceis de implementar pela maior parte das pessoas. E muito Photoshop, claro!