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O autoconhecimento é um aliado poderoso da saúde mental

Na correria entre trabalho, lazer, família e amigos, optamos por não refletir sobre o que sentimos, pensamos e fazemos durante o dia, seguindo-se a ignorância face a nós próprios.

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Se não se conhece a si mesmo, como é que pode ficar relaxado e confiante perante uma situação nova? Se não sabe o que está a sentir, como é que vai agir em conformidade?

 

O autoconhecimento é uma busca permanente sobre si próprio (“quem sou eu?”), é a consciência que tem de si, dos seus pensamentos, emoções e comportamentos. É ter consciência de como se vai comportar em determinada situação e de que forma conseguirá lidar com a mesma de uma maneira saudável.

 

É ter a consciência de quem é verdadeiramente, as suas características de personalidade, os valores, atitudes, medos e limites. Este conhecimento de si vai influenciar a relação que tem com os outros e consigo próprio, potenciando a autoestima, o bem-estar e a qualidade de vida.

 

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Ter conhecimento sobre si próprio proporciona ferramentas e estratégias para lidar com as adversidades de forma saudável e adaptativa: pode ajudá-lo a perceber quais os pontos que precisa de melhorar ou potenciar e, assim, é um aliado no crescimento e realização pessoal ao auxiliar no alcance de metas e objetivos. Ajuda, também, a gerir da melhor forma o que sente tendo em conta a situação e o local onde se encontra e a efetivar escolhas e decisões conscientes (como por exemplo a escolha de uma carreira profissional).

 

Mas não se engane, nem tudo é um mar de rosas. Este processo requer tempo e persistência. Vai deparar-se com características pessoais que não lhe agradam, com interesses e pensamentos que provavelmente preferia não ter. Mas é a partir deste mergulho interno que ocorrem melhorias significativas nos seus relacionamentos pessoais e profissionais, no seu bem-estar, na estabilidade emocional, na autoestima e na qualidade de vida. Vale a pena.

 

Atividades e estratégias para promover o autoconhecimento

– Reserve alguns minutos no final do dia sozinho, num local que lhe proporcione bem-estar e relaxamento, sem estímulos distratores. Precisa somente de um caderno e uma caneta. Não utilize lápis nem borracha, pois o pretendido é reter os primeiros pensamentos. Deve, então, escrever o seu dia, o que foi sentindo ao longo do mesmo, as diversas situações e experiências, o que pensou e o que fez. O objetivo é criar insights sobre si – os seus pensamentos, valores, emoções, comportamentos, gostos e interesses. A partir deste conhecimento de si, pode adequar os seus comportamentos futuros de forma a atingir os resultados que deseja.

 

– Muitos dos nossos comportamentos estão mecanizados de tal forma que nem refletimos sobre os mesmos. Consegue lembrar-se de um comportamento que tenha habitualmente e que não pense sobre ele?

 

– Questione-se “porque é que fiz isto? Porque é que estou a fazer isto e não algo diferente? Porque é que quero fazer isto? Porque é que me sinto assim? Porque é que gosto/não gosto de fazer isto?”. Se remarmos contra a maré e começarmos a perguntar “porquê?”, as respostas podem ser bastante enriquecedoras e podem contribuir para o autoconhecimento.

 

– Já lhe aconteceu pedirem-lhe para falar sobre si e ficar sem saber muito bem o que responder? Provavelmente responde algo superficial tendo em conta o que acha que o caracteriza ou que costumam dizer a seu respeito, mas no fundo tem dúvidas a flutuarem por cima de si.

Numa folha de papel responda a questões que conduzam a reflexões sobre si próprio, tais como:

  • Quais são os meus objetivos a curto/médio e longo prazo?
  • Em que sítios e situações me sinto mais relaxado?
  • O que me faz rir?
  • Como lido com o medo? (lembre-se da última vez que sentiu medo)
  • Do que é que sinto orgulho?
  • O que gosto mais em mim e não mudava por nada?
  • Vivo de acordo com que valores?

 

Existem muitas perguntas que promovem o autoconhecimento, pense no que é que gostava de saber sobre si e elabore as questões, verá que as respostas serão enriquecedoras.

 

Conhecer-se a si próprio requer tempo, persistência e consistência. Comece a jornada rumo ao autoconhecimento e não desista, verá que não se arrepende e a sua saúde mental agradece!

 

Por Inês Mirada

Psicóloga clínica

 

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