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O apelo aos sentidos e o poder da vida

O Garam Masala é uma combinação exótica da cultura indiana e africana, utilizada nas diversas receitas para cozinhar frango, camarão ou galinha com arroz. Considera-se uma verdadeira poção mágica com segredos guardados a sete chaves.

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Do ponto de vista emocional, o pâncreas é afetado pelo excesso de trabalho e por demasiada atividade intelectual. Estas desarmonias podem levar-nos a ter propensão para diabetes e obesidade, quando envelhecemos.

 

Afrodite, a Deusa do Amor, considerada a mulher mais bela do mundo, encantava o seu amado com os poderes exercidos através dos temperos da comida… Com a ajuda das especiarias ou plantas afrodisíacas subtis, o amor, tem um auxiliar discreto e de longo prazo. O mesmo acontece com a organização dos nossos processos gastrointestinais, emocionais e cognitivos.

 

Uma erva (planta) que vai ao nosso prato, antes de ser colhida, é um ser dotado de vida própria. Vai além da utilidade doméstica. Ela trata do corpo devido às suas propriedades fitoterápicas, estimula os sentidos e atua na prevenção e no equilíbrio da saúde alimentar. A maior parte das ervas aromáticas tem ação nutracêutica.

 

É chegado agora o momento de explicar a ação deste poderoso caril, afinal, o ser humano vive na constante descoberta pelo elixir da vida;

 

  • Canela; termogénica e cardiotónica
  • Gengibre; digestivo, analgésico e anticoagulante
  • Noz moscada; antioxidante, antimicrobiana e digestiva
  • Cardomomo; analgésica, antissética e purgativa.
  • Sementes de coentros; antioxidante, anti-inflamatório, hipotensor
  • Sementes de mostarda; cardiotónica e protetora do sistema respiratório
  • Anis; anti-flatulência, expetorante, antiespasmódica, diurética e fungicida
  • Louro; digestivo, adstringente e diurético.
  • Cravinho; relaxante muscular e analgésico, anti-estamínico
  • Malagueta em pó; acelera o metabolismo e reforça a imunidade inata
  • Funcho; vermífugo, diurético, carminativo e expectorante
  • Açafrão; anticancerígena e antitrombótica
  • Pimenta preta; estimulação cognitiva e aumento da serotonina.

 

Em Portugal, o médico e cientista Garcia da Orta foi o primeiro a mostrar que a medicina científica e a fitoterapia podiam conviver e atuar no tratamento de doentes. Em 1563, Orta publica em Goa a sua obra, “Colóquios dos Simples e Drogas e Cousas da Índia”, traduzida para latim, pelo botânico Charles de L’ Écluse, onde Luís Vaz de Camões inclui, a título de presente pelo feito, um poema.

 

Orta «Cantado por Camões»

Favorecei a antiga

Ciência que já Aquiles estimou;

Olhai que vos obriga,

Verdes que em vosso tempo se mostrou

O fruto daquela Orta onde florescem

Plantas novas, que os doutos não conhecem…

… E vede carregado

De anos, letras, e longa experiência,

Um Velho que ensinado

Das gangéticas Musas na ciência

Podalíria subtil, e arte silvestre,

Vence o velho Quíron de Aquiles mestre.

O qual está pedindo

Vosso favor e ajuda ao grão volume,

Dará na Medicina um novo lume,

E descobrindo irá segredos certos

A todos os antigos encobertos.

 

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