No inverno os Açores são ainda mais belos
As ribeiras estão mais cheias para quem quer praticar canyoning, há mais vento para a prática de windsurf e kitesurf, os trilhos estão mais desafiantes para descobrir a beleza natural e arrebatadora do arquipélago. Estes são alguns dos argumentos para desmistificar que os Açores só são bons para visitar no verão.
Visitar os Açores é muito mais do que fazer os circuitos normais, realizados sobretudo na primavera e no verão. Visitar os Açores é ter contacto com a mais profunda natureza no seu estado puro, aprender sobre o papel dos vulcões, sobre microrganismos e sobre a vida no planeta. E isso acontece durante todo o ano.
É poder observar 27 das 80 espécies de cetáceos que existem no mundo, provar vinho produzido em zonas vulcânicas, fazer atividades na natureza mais softs ou radicais e compreender porque têm estas ilhas um ecossistema único no mundo. Adiantamos: é porque são todas de origem vulcânica e juntam-se aqui as águas frias do norte carregadas de nutrientes com as águas quentes do sul. Um festim para a vida marinha.
Estas são algumas das ideias veiculadas pelo Turismo dos Açores para mais turistas irem aos Açores ao longo de todo o ano, até porque é no inverno que as águas correm mais frescas e a vegetação é mais luxuriante. As lagoas também estão mais cheias e as cascatas mais vivas.
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«A observação de vulcões, por exemplo, passa por safaris onde as crianças conhecem os microrganismos que vivem nos vulcões. Quem vai às Furnas vê quatro ou cinco cores diferentes e isto deve-se aos microrganismos que geraram a vida na terra. Alguns dão origem à nova vaga de antibióticos», exemplifica Eduardo Elias, gestor de produto do Turismo dos Açores, sobre o muito que se pode aprender nestas ilhas.
Integradas nas Macaronésia – as chamadas ilhas afortunadas que também integram o arquipélago da Madeira, Canárias e Cabo Verde -, as nove ilhas dos Açores ocupam um milhão de quilómetros quadrados repletos de natureza luxuriante. Mas também encerram cinco séculos de cultura que aqui se cristalizou, e com diferenças distintas nas nove isoladas ilhas. Paisagens, tradições, gastronomia e arquitetura conferem a cada uma identidade própria.
A não esquecer o Cozido das Furnas, confecionado em temperaturas vulcânicas, ou o atum, o polvo e toda uma imensidão de frutos do mar. O queijo da ilha, claro está, é outro do ex-libris, mas novas experiências com queijo estão também a surgir, bem como os vinhos produzidos neste ambiente vulcânico e salínico, que confere ao vinho um sabor único. Uma boa sugestão para conhecer neste inverno.