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Minimalismo: aprender a viver com menos para viver mais feliz

Numa altura em que o Natal se aproxima a passos largos, a publicidade tomou conta das televisões, das rádios e das redes sociais, e em todo o lado a mensagem repete-se: compre, compre, compre. Por isso, em pleno dia de Black Friday, onde as marcas oferecem grandes descontos e apelam ao consumo, celebra-se também o Dia de Não Comprar Nada, implementado em 1992 e que pretende chamar a atenção para os problemas que o consumo exagerado provoca. A pensar nesta problemática, Ana Milhazes, autora do blog ‘Ana, Go Slowly’ e embaixadora do movimento Lixo Zero Portugal, explica como viver de acordo com um estilo de vida minimalista.

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Em Portugal, as mudanças de mentalidade começaram a fazer-se sentir mais acentuadamente a partir de 2016, quando começam a surgir vários projetos, desde blogues a podcasts, sobre o assunto.

 

A mentora do movimento Lixo Zero Portugal explica que «no início, mesmo para as pessoas que me eram mais próximas, era muito estranho quando eu recusava alguma coisa ou quando levava os meus talheres e a minha garrafa. Hoje em dia não, já vejo que as pessoas estão muito mais abertas a isto, mesmo pessoas que estão fora deste contexto. As pessoas que aparecem nos meus workshops e palestras, quase todas ou já ouviram falar ou já seguem algumas das práticas».

 

No entanto, apesar deste caminho positivo, existem ainda muitas mudanças a fazer e existem pequenos passos que facilitam o começo. «A primeira dica que dou é que devemos aprender a recusar. Por exemplo, vamos na rua e há alguém que nos estende um panfleto, é muito mais rápido aceitarmos e seguir viagem do que estar a recusar e explicar. Mas o ideal é ficarmos atentos ao que nos oferecem no dia-a-dia, seja um panfleto, uma caneta ou uma amostra, e recusar essas coisas, sempre com simpatia. Porque no fundo isso é lixo que vamos levar para casa e depois descartar mais cedo ou mais tarde».

 

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O ato de recusar não só impede um descarte posterior como também passa a mensagem às marcas e empresas que oferecem brindes de que não há interesse nesses produtos: «Se deixarmos de um momento para o outro de produzir canetas, de certeza que as canetas que existem são suficientes para toda a gente, mas nós continuamos a aceitar porque temos esta ideia de aceitar tudo o que é gratuito».

 

Outra das dicas a ter em conta é pensar sobre os atos que fazemos: «Sempre que tivermos de adquirir alguma coisa nova, devemos pensar qual é o valor que nos vai acrescentar. Será que precisamos mesmo daquilo? Ou será que estamos a preencher algum vazio?» Para combater o ato impulsivo de comprar, uma das estratégias é pensar quantas horas de trabalho são necessárias para pagar aquela peça e quantas vezes a vamos utilizar.

 

Depois de introduzir estas duas dicas na sua vida, o terceiro passo é começar a destralhar. Ana Milhazes explica que o objetivo é «livrarmo-nos do que temos em casa mas ter bastante cuidado com a forma como o fazemos, não é juntar tudo e colocar no lixo. O ideal é começar aos poucos, divisão a divisão e ver amigos, familiares ou instituições a quem aquelas coisas fazem falta».

 

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A pensar na época natalícia que se aproxima, existem atitudes a adotar para evitar os consumos excessivos: «Se nós não precisarmos mesmo de nada, podemos dizer às pessoas que nos são mais próximas que se nos querem oferecer alguma coisa podem optar por exemplo, por uma experiência, um jantar, um concerto ou uma peça de teatro, deixando de lado a hipótese de oferecer uma coisa física, que no fundo é só mais uma coisa para ocupar espaço».

 

Esta decisão em nada afeta os outros, é uma decisão individual, «se a outra pessoa quiser continuar a receber presentes nós podemos continuar a dar, por exemplo algo que seja comestível, um bom vinho ou um frasco com ingredientes para preparar uma receita. No fundo estamos a dar um presente na mesma que é útil e não apenas tralha, e isso ajuda a fazer as pessoas à nossa volta verem o mundo de uma forma diferente».

 

De uma forma geral, o segredo para viver melhor com menos é fazer uma mudança por dia, por semana ou por mês. Começar devagar e ir alterando as rotinas aos poucos, sem esquecer que o ser humano é feito de hábitos e que se demora décadas a acumular o que tem e é normal que demore o mesmo tempo a libertar-se de tudo.  Veja agora algumas dicas para se tornar minimalista na galeria no início do artigo.

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