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Microplásticos nos alimentos: o flagelo da atualidade

Nos oceanos, a cada dia que passa, formam-se mais e maiores ilhas de plástico. Só em Portugal são gastos, em média, 370 milhões de toneladas de plástico por ano. O impacto sobre a saúde humana constitui ainda um desafio para a investigação. No entanto, indícios sugerem que o material plástico pode penetrar nos capilares dos órgãos, interagir com o sistema imunitário, causar stress oxidativo e alterações no ADN.

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Nos oceanos, a cada dia que passa, formam-se mais e maiores ilhas de plástico. Estará a nossa alimentação comprometida com a presença deste material? Lamentavelmente a resposta a esta questão é afirmativa. Sim, existem microplásticos nos alimentos que consumimos de origem marinha. E apresentará esta contaminação uma ameaça à nossa saúde?

 

Infelizmente o termo plástico não é desconhecido para ninguém. Sem dúvida, possui uma forte expressão na vida quotidiana de todos nós desde há muito tempo. Aliás, se pararmos para refletir um pouco sobre o assunto, chegaremos à conclusão de que o plástico está envolvido em quase tudo. É um verdadeiro flagelo mundial.

 

Podem ser encontrados na maioria dos produtos de casa de banho. Em variadíssimos artigos de cozinha, em roupas, pneus de carros, brinquedos, etc. Será inevitável afirmar que estão por toda a parte e em elevados números de utilização diária.

 

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Consumo de plástico em Portugal

Em Portugal são gastos, em média, 370 milhões de toneladas de plástico por ano. Valor muito acima da restante média europeia, com 58 milhões de toneladas. Preocupante, não? Veja abaixo mais alguns dados que fazem pensar.

Em Portugal, são consumidos por ano uma média de:

– 259 milhões de copos de café descartáveis;

– 721 milhões de garrafas de plástico descartáveis;

– 1000 milhões de palhinhas;

– 466 sacos de plástico por cada português.

 

O que são microplásticos?

Todos os anos, uma parte muito significativa dos plásticos da indústria e dos consumidores são libertados no meio-ambiente. E estima-se que cerca de 10% desses polímeros produzidos terminem nos oceanos e mares.

 

Os microplásticos são pequenas partículas de plástico com menos de 5 mm de diâmetro. Podem ter origem em pequenos plásticos provenientes de resíduos industriais do setor vestuário (fibras sintéticas) e cosmético (exfoliantes e pasta dentífricas). Ou, por outro lado, podem ter origem na fragmentação de plásticos de maiores dimensões (macroplásticos) que existem à deriva nos mares.

 

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Os microplásticos são uma verdadeira preocupação emergente no ambiente marinho. Devido ao seu tamanho reduzido, podem ser ingeridos por qualquer organismo aquático, inclusive ostras. As experiências demonstram que os microplásticos são nocivos para as criaturas marinhas, bem como para tartarugas e aves que se alimentam do pescado contaminado. Estas micropartículas acumulam-se e bloqueiam o aparelho digestivo, diminuindo a vontade de comer. Como consequência impedem o crescimento e capacidade reprodutiva das espécies.

 

De acordo com o NOAA (National Oceanographic and Atmospheric Administration), os detritos de plástico são responsáveis pela morte de cerca de 100 mil mamíferos marinhos por ano. Assim como de milhões de aves, tartarugas e peixes.

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