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Meninas e mulheres são as maiores vítimas da violência em Cabo Delgado

Segundo o UNFPA, violência de género, gravidezes indesejadas e mortes causadas por complicações no parto são alguns dos problemas que acrescem às vítimas femininas que fogem do conflito armado que decorre no norte de Moçambique. Está previsto que só no mês de janeiro ocorram mais de 1,6 mil partos junto desta comunidade de meninas e mulheres deslocadas.

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O Fundo das Nações Unidas para a População, UNFPA, diz que as meninas e mulheres são a maior parte dos deslocados do conflito que desde 2017 assola Cabo Delgado, no norte de Moçambique, levando esta agência e outras da ONU a apelarem, nesta quarta feira, por ajuda urgente.

 

Segundo o UNFPA, pelo menos 127 mil vítimas femininas estão em idade reprodutiva, sendo que dezenas de milhares não têm acesso a contracetivos arriscando assim gravidezes indesejadas. Está previsto que só no mês de janeiro ocorram mais de 1,6 mil partos junto desta comunidade de meninas e mulheres deslocadas.

 

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Para além das gravidezes indesejadas, a representante do Fundo das Nações Unidas para a População, Andrea Wojnar, destacou ainda problemas de violência de género e mortes causadas por complicações no parto como algumas das consequências da violência.

 

Numa conferência de imprensa virtual, Andrea Wojnar citou a necessidade de um esforço conjunto e ação imediata para os deslocados do conflito para evitar que as consequências sejam irreversíveis para o país.

 

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Dados do UNFPA em Moçambique indicam que mais de 2,5 mil mulheres e meninas precisam de cuidados de saúde em resposta à violência sexual. Cerca de 1,5 mil grávidas poderão passar por complicações obstétricas já nos próximos seis meses. Outro alerta dado é que o encerramento contínuo de escolas continua a colocar as meninas em risco de gravidez na adolescência e em casamentos forçados.

 

O conflito em Cabo Delgado iniciou-se em 2017 quando terroristas começaram a atacar a região, matando de forma indiscriminada, levando à morte mais de 2000 pessoas e à fuga de meio milhão de pessoas até ao momento.

 

 

 

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