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Já conhece as 12 Aldeias Históricas de Portugal?

Localizadas na região das beiras, as suas origens remontam a tempos prévios à nação portuguesa, fundada em 1143. E por terem atravessado épocas, séculos, civilizações, encerram em si muita, muita história. Estas aldeias erguem-se em terras altas e têm como característica comum serem muralhadas e protegidas por um castelo. Afinal, noutros tempos, era preciso defender as aldeias e as suas gentes. Descubra-as nestas férias.

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Almeida

É na realidade uma vila e sede de concelho. A povoação terá tido origem na migração dos habitantes de um castro lusitano, localizado a norte do lugar do Enxido da Sarça, ocupado em 61 a.C. pelos Romanos, e depois pelos povos bárbaros, explica a entidade que gere as Aldeias Históricas de Portugal. Dada a sua situação em planalto, os Árabes chamaram-na Al-Mêda (a Mesa), Talmeyda ou Almeydan, tendo construído um pequeno Castelo (séc. VIII- IX). No período da Reconquista, os Cristãos tomaram-na definitivamente em 1190 e foi sucessivamente disputada a Leão, passando à posse portuguesa com o Tratado de Alcanizes em 1297. Durante a Guerra dos Sete Anos (1756-1763) Almeida voltou à posse de Espanha, tendo retomado ao domínio português em 1763.

 

Belmonte (vila e sede de concelho)

Terra de Pedro Álvares Cabral, situada em plena Cova da Beira e com ampla vista sobre a encosta oriental da Serra da Estrela, a vila justifica as características que lhe terão dado o nome. Diz a tradição que o nome Belmonte provém do lugar onde a vila se ergue (monte belo ou belo monte). Porém, há quem lhe atribua a origem de “belli monte” – monte de guerra.

 

A história de Belmonte surge, normalmente, associada à história dos Cabrais e dos Judeus. Foi terra natal de Pedro Álvares Cabral, o navegador que no ano de 1500 comandou a segunda armada à India, durante a qual se descobriu oficialmente o Brasil. A presença humana está comprovada desde as épocas mais remotas. A Anta de Caria, os Castros de Caria e da Chandeirinha certificam a longevidade da fixação na pré e proto-história. A presença romana é também evidente pelos testemunhos da Torre Centum Cellas ou pela Villa da Quinta da Fórnea.

 

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Castelo Mendo

Esta aldeia tem características predominantemente medievais, sendo constituída por dois núcleos amuralhados. A cidadela de formato oval corresponde ao burgo velho, formado após o foral de D. Sancho II. O burgo novo, ou Arrabalde de S. Pedro protegido por uma muralha dionisiana, foi no passado guarnecida por oito torres, parcialmente destruídas com o terramoto de 1755. Segundo informa as Aldeias Históricas de Portugal, Castro Mendi é a designação que consta do documento mais antigo (1202) referente a esta aldeia.

 

Apesar do local ter conhecido ocupação desde a Idade do Bronze e mostrar vestígios da presença romana, a estrutura fortificada e o modelo urbanístico de Castelo Mendo são uma criação medieval concebida para enfrentar as necessidades impostas pela Reconquista Cristã nos séculos XII e XIII, que era promover o repovoamento dos territórios muçulmanos anexados ao reino português e sustentar as disputas territoriais fronteiriças com os reinos cristãos de Leão e Castela.

 

Castelo Novo (vila)

Em plena Serra da Gardunha, numa paisagem em forma de anfiteatro natural, está esta vila envolta numa aura de misticismo. Por aqui são frequentes os relatos de avistamentos de objetos celestes, sendo um dos locais preferidos dos especialistas do fenómeno OVNI para as suas investigações.

 

A sua estrutura é de características medievais, sendo significativos os vestígios do período Manuelino (séc. XVI) e Barroco (séc. XVIII). Constituem disto exemplo o invulgar conjunto arquitetónico do Largo do Pelourinho. O Castelo, implantado a 650 m de altitude, constitui um ponto evidente de organização do povoado. Pela encosta da Serra da Gardunha estendeu-se a povoação, desprovida de cerca, mas ao abrigo da estrutura fortificada dos Templários.
A vila surge assim inscrita num perímetro de configuração circular, oferendo a estrutura urbanística um aspeto labiríntico. A casa tradicional, de granito e sem reboco, apresenta planta retangular com dois pisos, com o térreo destinado à loja e o superior à habitação. O acesso faz-se pelo exterior, através de escadas que terminam em patamar simples ou balcão lajeado.

 

Veja um vídeo sobre as Aldeias Históricas de Portugal.

 

Castelo Rodrigo (vila)

Conquistada aos Árabes no séc. XI e dependente do Reino de Leão, foi vila elevada a concelho por Afonso IX, integrando definitivamente o território português em 1297. A influência medieval encontra-se presente em toda a vila. Desde as velhas muralhas, às ruínas do palácio de Cristóvão de Moura, o Pelourinho quinhentista, a igreja matriz, a cisterna medieval ou os vestígios que atestam a presença de uma importante comunidade de cristãos-novos.

 

Durante mais de 600 anos, a povoação foi vila e sede de concelho. Em vários momentos da história nacional, os seus habitantes destacaram-se pela sua coragem e lealdade à coroa. Porém, por ter tomado partido por Castela na crise de 1383-85, D. João I castigou Castelo Rodrigo, mandando que o seu brasão ficasse com as armas reais invertidas e a vila dependente de Pinhel, explica a entidade gestora das Aldeias Históricas de Portugal. Castelo Rodrigo está rodeado por uma cintura amuralhada inicialmente composta por 13 torreões.

 

Idanha-a-Velha

Esta aldeia ergue-se no espaço onde outrora existiu uma cidade de fundação romana, mais tarde sede episcopal sob domínio suevo e visigótico. Doada à Ordem do Templo no séc. XIII, mantém vestígios de diversas épocas que evidenciam uma grande permanência civilizacional. Ocupada pelos muçulmanos no séc. VIII, foi reconquistada pelos cristãos no séc. XII.

 

Dados os seus preciosos vestígios, a aldeia ocupa um lugar de realce no contexto das estações arqueológicas do país. Destaque para o podium de um templo no qual assenta a Torre dos Templários; a Porta Norte e respetiva muralha; um conjunto de inscrições de diversas tipologias e variado espólio disperso.

 

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