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“I’ve got the power”: Os superpoderes de um marketer

Inspirada pelos poderes do Capitão América e companhia, e com uma lista de “coisas a fazer” mais longa do que gostaria, dei por mim a pensar: “Como marketer, se pudesse escolher, qual seria o superpoder que quereria para mim?”

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É uma pergunta difícil e, por isso, comecei a enumerar alguns superpoderes que me parecem úteis:

  • Transformar o budget em ilimitado (era assim só “magnífico”, apenas atingível em sonhos, mas que ia “spark joy”, lá isso ia 😊)
  • Garantir sempre campanhas de execução irrepreensível (mas, e o erro? E a aprendizagem que nos dá o erro?)
  • Liderar sempre as tendências (quem não quereria ser sempre o líder em vez de seguidor?!)
  • Ter visão raio-x para a mente do consumidor (não seriam precisos estudos mercado, teste de produto, análise da concorrência. Nada! Íamos diretos às necessidades reais do consumidor. Sucesso garantido.)

 

Mas, infelizmente, a maioria de nós somos pessoas comuns, sem superpoderes especiais que nos dariam a tal vantagem competitiva com que pude apenas sonhar para me resolver a tal lista! Apesar disso, todos nós podemos desenvolver competências, de preferência aquelas que já são os nossos pontos fortes, que se traduzirão numa espécie de “superpoder do marketing”.

 

Não tenho dúvida de que cada pessoa tem um poder escondido. Basta acreditar que é capaz e digno desse superpoder! –  Yes, I’ve got the power! – Um novo grito de guerra (ou só dos departamentos de marketing deste país).

 

VEJA TAMBÉM: NO WAY! GO HOME! COMO ESTÃO OS VOSSOS SENTIDOS DE ARANHA PARA O MARKETING?

 

Agora, em jeito de conselho para os jovens marketers: não caiam no erro de quererem desenvolver todos os superpoderes. Isso não é possível! No artigo publicado a 21 de maio de 2021, sobre “A abordagem multidisciplinar do marketing” referi as vantagens de uma equipa multidisciplinar. Aplica-se muito bem também neste caso. Vão reler (ou ler se ainda não o tiverem feito).

 

Voltando aos superpoderes do marketing, se tivesse de indicar aquele que para mim é o principal superpoder diria que é a comunicação. Tal como o superpoder do Hulk é a força, para os profissionais de marketing, o superpoder essencial é a comunicação que se revela na escrita, na criatividade, na relação com o cliente e na capacidade de o atrair, na venda, na escolha da mensagem certa. E isto, convenhamos, é muito poder do Marketing!

 

Outro dos superpoderes diria, é a capacidade de aproveitar as oportunidades. O bom marketer sabe que, nada melhor que aproveitar uma oportunidade para melhorar algo que não está bem. Beneficiar de um “furinho” deixado por outras marcas ou criar uma necessidade nova no consumidor, envolvendo-o num cenário que, no final, parecerá que a história sempre existiu. A oportunidade é, na verdade, aproveitar para criar a narrativa perfeita para deixar o consumidor com a sensação de que precisa “mesmo” do que lhe estamos a oferecer.

 

Para além da comunicação e aproveitar oportunidades, o marketer sabe que é essencial o poder da escuta. É importante ouvir realmente o cliente, compreendê-lo, e atender às suas necessidades. Mais do que nunca é essencial criar canais de escuta ativa, onde clientes e potenciais clientes se podem pronunciar sobre os produtos e serviços das marcas. O poder do marketing é saber quando retirar os auscultadores de “noise cancelling” e ouvir a mensagem que lhe chega.

Bem, mas na verdade apenas observando o consumidor, os profissionais de marketing conseguem entender o que o consumidor realmente faz e quer. Apenas observando como interagem com a cultura e o meio envolvente, os marketers podem entender o que essas pessoas privilegiam. Apenas observando como utilizam e aplicam a tecnologia, podem implementar e utilizar recursos digitais mais avançados. Por isso, o foco no consumidor é mais um poder do marketing.

 

Uma side note importante que cruza dois dos superpoderes do marketing, a escuta e o foco no consumidor. É muito importante não abusar da tecnologia sobretudo nos dias de hoje em que está tão acessível e está cada vez mais desenvolvida. É importante sair para a rua e falar com o consumidor, ouvi-lo e interagir diretamente com ele.

 

Recorrendo à analogia dos super-heróis, a ‘kryptonite’ do marketing pode mesmo ser a tecnologia. Ela é, sem dúvida, um aliado muito útil, mas não se pode sobrepor às pessoas. É para elas que desenvolvemos campanhas, produtos e serviços. Para funcionar, a tecnologia tem de ser combinada com trabalho de equipa (clientes, colaboradores, gestores de topo, parceiros). Juntos terão os superpoderes necessários para criar resultados extraordinários. Talvez este seja mais um poder do marketing – fazer sobressair o superpoder dos outros.

 

Como dizia o homem-aranha, com grandes poderes vem grande responsabilidade. Por isso, temos de escolher bem qual o superpoder que queremos para nós.

 

Já sabem qual é o vosso superpoder Adorava saber qual é o vosso e o do vosso marketing. Têm uma equipa de “Avengers” a gerir a vossa marca? Partilhem!

 

Nota: Há muito que não sugeria banda sonora para acompanhar um artigo, mas para este sugiro o tema “The Power”, do álbum “World Power” (1990), de Snap!

 

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