Higiene genital feminina: um guia para as diferentes fases da vida
Vários fatores podem interferir com o bem-estar genital feminino. A atividade sexual, vestuário, estado hormonal e emocional, tipo de alimentação e hábitos de higiene são fatores reconhecidos como importantes para o bem-estar e, em certas situações, causar várias alterações nos genitais.

Podemos definir a higiene íntima feminina como as práticas de asseio da região ano-genital da mulher, para mantê-la livre de resíduos (urina, fezes, fluidos) e humidade. Ela envolve o uso de produtos cujas propriedades deverão contribuir para o conforto, segurança, bem-estar e saúde da mulher, prevenindo as infeções.
Uma relevante preocupação das mulheres é que a falta de higiene da área genital possa promover o desenvolvimento de odores desagradáveis, corrimentos e infeções. É importante relembrarmos que a perda de sangue e/ou corrimento pela vagina assim como a perda de urina são situações que ocorrem com alguma frequência no quotidiano feminino.
Nos estudos científicos publicados sobre este tema, ainda não estão claros quais são as principais condutas a serem seguidas pelas mulheres quanto à higiene genital, relativas à frequência, tipo de produtos e à melhor forma de a realizar.
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Vários fatores podem interferir com o bem-estar genital feminino. A atividade sexual, vestuário, estado hormonal e emocional, tipo de alimentação e hábitos de higiene são fatores reconhecidos como importantes para o bem-estar e, em certas situações, causar várias alterações nos genitais.
É importante que as mulheres conheçam a sua própria anatomia. Para isso, devemos chamar a atenção para que, com um espelho, visualizem com pormenor a região genital. Na região interna da vagina não está aconselhada a introdução de produtos, exceto sob prescrição médica, e as zonas a lavar devem ser o monte púbico, a pele da vulva, a raiz das coxas, a região à volta do ânus e o interior dos grandes e dos pequenos lábios.
A morfologia e fisiologia da vagina e da vulva mudam ao longo das diferentes fases da vida da mulher (puberdade, ciclo menstrual, gravidez e menopausa), nas quais, surgem importantes alterações influenciadas sobretudo pelo estado hormonal.
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Diferentes fatores, como o uso de agentes contracetivos, antibióticos ou outros medicamentos com atividade imunológica ou hormonal, a frequência das relações sexuais, o duche vaginal, o uso de pensos diários e desodorizantes vaginais, influenciam a composição do meio vulvo/vaginal.
Higiene nas diferentes fases da vida
Assim, nas recém-nascidas, a vulva e a vagina apresentam os efeitos de estrógenos maternos que adquiriram por via transplacentar. A colonização vaginal por lactobacilos é de origem intestinal e por tempo limitado. Na jovem antes da puberdade, o epitélio vulvar é pouco desenvolvido, tem poucas glândulas sudoríparas e sebáceas, não tem praticamente pelos e o pH vaginal é alcalino. Podem ser encontrados organismos potencialmente patogénicos, em pequenas quantidades, na vagina, o que não indica necessariamente infeção. A vulvovaginite, neste grupo etário, é uma situação ginecológica relativamente comum, autolimitada, normalmente de origem não infeciosa, pois, quase metade das crianças sem infeção apresenta irritação e “vermelhidão” do canal vaginal. Podem ser apontados vários fatores desencadeastes de infeção genital na criança, como: a localização do introito vaginal em relação aos grandes lábios, a baixa concentração de estrógenos, a manutenção de resíduos pelo uso de fraldas por períodos prolongados e a higiene deficitária realizada pela própria criança.
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