Fórum das Florestas: novo relatório insta à urgência de proteção e conservação das florestas
Esta é a primeira avaliação que mostra como o mundo está a implementar o Plano Estratégico das Nações Unidas para as Florestas 2030. A 16 sessão do Fórum das Nações Unidas sobre Florestas decorre de 26 a 30 de abril.

A Organização das Nações Unidas lança um novo relatório, no decorrer do 16º Fórum das Florestas a ter lugar entre 26 a 30 de abril, que confirma a necessidade urgente de tomada de medidas de proteção e conservação das florestas no mundo.
Esta é a primeira avaliação que mostra como o mundo está a implementar o Plano Estratégico das Nações Unidas para as Florestas 2030. Adotado há quatro anos, o Plano é um projeto com seis Metas Florestais Globais e 26 alvos, com uma visão para um futuro onde todos os tipos de florestas e árvores sejam geridos de forma sustentável. Este Plano é parte integrante do cumprimento da Agenda 2030 para a Sustentabilidade.
A ONU lembra que a gestão sustentável das florestas e o uso dos seus recursos são essenciais para combater as alterações climáticas. «Exorto todos os atores, incluindo governos, a comunidade empresarial e a sociedade civil, a tomar medidas urgentes para conter o desmatamento, prevenir a degradação e restaurar as florestas», declara Antonio Guterres, secretário-geral da ONU.
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Mais de dois mil milhões de toneladas de dióxido de carbono são anualmente absorvidas pelas florestas, que purificam o ar e a água, fornecem alimentos, remédios e abrigam a biodiversidade. As florestas absorvem um terço das emissões globais de gases de efeito estufa e são o lar de 80 por cento de todas as espécies terrestres conhecidas. Porém, a velocidade de extinção de espécies é de cerca de 100 a 1000 vezes maiores do que a taxa de referência.
Além disso, cerca de 1,6 mil milhões de pessoas em todo o mundo dependem diretamente das florestas para obter alimentos, abrigo, energia, medicamentos e rendimentos.
«As florestas continuam sob ameaça. Todos os anos, sete milhões de hectares de florestas naturais são convertidos para outros usos da terra, como o comércio agrícola em grande escala e outras atividades económicas. E embora a taxa global de desmatamento tenha diminuído na última década, continuamos a perder florestas nos trópicos – em grande parte devido a causas humanas e naturais», declara Liu Zhenmin, subsecretário-Geral para os Assuntos Económicos e Sociais da ONU.
Quanto aos efeitos da pandemia na preservação das florestas, Zhenmin declara: «De momento, ainda é muito cedo para avaliar o impacto total da atual pandemia nas florestas do mundo. No entanto, existem indicações de que a pandemia está a exacerbar os desafios enfrentados pelos países na gestão das suas florestas. O bem-estar das florestas está, em última análise, ligado ao bem-estar das pessoas e os impactos socioeconómicos da pandemia, sem dúvida, afetam a nossa capacidade de gerir as florestas do mundo de forma sustentável».
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