Festival do Contrabando regressa a Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana
Alcoutim, em Portugal, e Sanlúcar de Guadiana, em Espanha, voltam a celebrar uma atividade que durante décadas alimentou as povoações raianas.
O Festival do Contrabando — Tráfico de Artes no Guadiana está de volta ao ser formato original e realiza-se nos dias 24, 25 e 26 de março.
Com um programa eclético e, por mais um ano, abarca apresentações ou intervenções artísticas, distribuídas ao longo de três dias de conteúdos culturais que vão invadir e agitar as vilas de Alcoutim, em Portugal, e Sanlúcar de Guadiana, em Espanha, cercados pelas tradições e onde se constroem pontes de união entre o passado o presente e futuro.
Ao longo de três dias, as duas vilas serão um palco a céu aberto para espetáculos e intervenções culturais de companhias provenientes de vários países.
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O cartaz define a passagem temporal, entre o período retratado e a atualidade, e através desta dualidade a potencialidade do futuro.
Segundo a câmara Municipal de Alcoutim, esta nova edição “representará o ressurgimento e a renovação de um festival icónico para o território, com a apresentação de um programa de enorme qualidade cultural e melhorias das dinâmicas locais”.
Nas décadas de 1930 e 1960, um conjunto de circunstâncias criou as condições ideias para se gerar um intenso contrabando entre as zonas fronteiriças do Baixo Alentejo e da Andaluzia, em Espanha.
Café, amêndoa, farinha, ovos, grão, feijão, açúcar, entre outros víveres, eram passados pela calada da noite para Espanha, que vivia as dificuldades da Guerra Civil Espanhola (1936-39) e posterior regime fascista, do General Franco.
De lá, vinham para um Alentejo profundamente pobre e sem condições tabaco, sapatos, alpergatas, perfumes, roupa, isqueiros… e outros bens que dificilmente circulavam num país debaixo de uma dura ditadura, o Estado Novo (1933-74).