Faça um quizz ao estado das suas pernas
Dois milhões de mulheres portuguesas sofrem de derrames e varizes. Os principais fatores de risco passam pela predisposição familiar, idade e obesidade.

Em Portugal, à semelhança de outros países ocidentais, a doença venosa crónica (DVC) tem uma elevada prevalência, atingindo cerca de 35% da população adulta, com maior incidência nas mulheres a partir dos 30 anos, embora também afete também os homens (60% F/ 40% M). Assim, cerca de dois milhões de mulheres portuguesas sofrem de derrames e varizes.
Segundo Armando Mansilha, presidente da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular, «a doença venosa crónica resulta da insuficiência das veias das pernas em consequência de alterações na parede e nas válvulas das mesmas. O sangue tem mais dificuldade em ser transportado de regresso ao coração e acumula-se nas pernas, o que provoca a inflamação venosa. Assim surgem os primeiros sintomas, como a dor, pernas cansadas e pernas pesadas, bem como situações mais graves de varizes, edema (pernas inchadas), alterações da cor da pele ou mesmo úlcera venosa».
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No site http://www.alertadoencavenosa.pt/quizz qualquer pessoa pode fazer um ‘check-up venoso’ e verificar se sofre de doença venosa crónica. Basta responder às perguntas e verificar o risco de sofrer de DVC. Depois de preenchido deve aconselhar-se com o seu médico de família.
«Mesmo nos doentes que ainda não têm varizes visíveis, os sintomas de DVC geram incapacidade para realizar diversas tarefas diárias, tais como as que obrigam a estar em pé ou sentado durante muito tempo, mas também subir escadas ou ajoelhar-se. Acresce-se que, com a evolução da doença, surgem manifestações cutâneas progressivamente mais severas que podem inclusive culminar na úlcera venosa», acrescenta Armando Mansilha.
Os principais fatores de risco para vir a sofrer de DVC são:
– A predisposição familiar: uma pessoa que tenha antecedentes familiares de DVC tem maior probabilidade de vir a desenvolver a doença;
– O sexo feminino: devido às alterações hormonais, à contraceção hormonal e à gravidez;
– A idade: à medida que envelhecemos as nossas veias perdem resistência;
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– A obesidade: o excesso de peso provoca uma grande carga nos membros inferiores e, consequentemente, nas veias;
– A gravidez: provoca alterações hormonais e grande carga nos membros inferiores (consequentemente, nas veias);
Outros fatores de risco são a falta de exercício físico e o sedentarismo, o consumo de tabaco, a obstipação, e permanecer parado, durante longos períodos, de pé ou sentado.
Assim, os doentes devem recorrer à ajuda médica sempre que suspeitem que estão perante uma situação de DVC. O diagnóstico é simples, podendo numa consulta médica de cirurgia vascular serem investigados aspetos relacionados com a doença. Segue-se um exame físico, onde se procuram sintomas e sinais da doença, podendo nesta fase ser utilizado um Doppler portátil ou um eco-Doppler colorido, para identificar a presença de refluxo ou potencial oclusão das veias.