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Exposição de grávidas a pesticidas pode levar a tumores cerebrais infantis

Um estudo liderado pela UCLA - Universidade da Califórnia em Los Angeles é o primeiro a estimar esse risco para um grande número de pesticidas específicos. O risco aumenta mesmo em mulheres que não trabalhem no campo, mas vivam a menos de 4000 metros de plantações pulverizadas.

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Uma pesquisa publicada na revista especializada ‘Environmental Research’ sugere que a exposição das mulheres durante a gravidez a uma ampla variedade de pesticidas pode levar ao desenvolvimento de tumores no sistema nervoso central durante a infância dos seus filhos. E esse risco aumenta em 2 – 2,5 vezes para alguns pesticidas específicos, mesmo que a mãe não seja agricultora, mas viva a menos de 4000 metros do campo pulverizado, concluem os cientistas da pela UCLA – Universidade da Califórnia em Los Angeles, EUA.

 

«A exposição a certos pesticidas, simplesmente pela proximidade residencial a plantações agrícolas com essas aplicações durante a gravidez, pode aumentar o risco de tumores do sistema nervoso central na infância», afirma Beate Ritz, professora de epidemiologia e saúde ambiental na UCLA e coautora do estudo. «As intervenções políticas para reduzir a exposição a pesticidas em indivíduos que residem perto de campos agrícolas devem ser consideradas para proteger a saúde das crianças», assinala.

 

A pesquisa “Proximidade Residencial à Aplicação de Pesticidas como Fator de Risco para Tumores do Sistema Nervoso Central da Infância” salienta que os pesticidas têm sido investigados como possíveis fatores de risco para o cancro infantil desde a década de 1970,  mas este é o primeiro a rastrear a exposição e a estimar os riscos de 77 pesticidas específicos, diz a coautora do estudo, Julia Heck: «Este estudo é o primeiro, até onde sabemos, a estimar os efeitos de um grande número de pesticidas específicos em relação aos subtipos de tumor. Os nossos resultados sugerem que a exposição a pesticidas específicos pode explicar melhor os resultados de estudos anteriores que relataram relações entre tipos de pesticidas mais amplos e tumores do sistema nervoso central».

 

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A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos tem classificados mais de 100 pesticidas como possíveis ou prováveis ​​carcinógenos, com base em dados toxicológicos e epidemiológicos. «Muitos pesticidas são neurotóxicos e foram encontrados até mesmo no sangue do cordão umbilical, indicando a transferência placentária dessas toxinas para o feto em desenvolvimento», assinala a coautora Shiraya Thompson. «Isso, por sua vez, sugere que a exposição pré-natal a pesticidas pode aumentar o risco de cancro cerebral na infância».

 

A equipa de pesquisa,da UCLA e da Universidade do Norte do Texas analisou casos de tumores infantis do sistema nervoso central na Califórnia entre 1998 e 2013, com um foco naqueles que vivem perto de campos agrícolas, onde a força de trabalho agrícola integra mais de 800 mil pessoas.

 

As suas descobertas incluem que três tipos de cancro: meduloblastoma, ependimoma e astrocitoma, associados a pesticidas específicos. Como os pesticidas são frequentemente aplicados a campos e pomares pelo ar, o estudo deixa claro que, embora a força de trabalho agrícola da Califórnia esteja em maior risco, qualquer futura mãe que viva numa comunidade adjacente a terras agrícolas também está em risco.

 

 

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