Exercício e vitamina D: juntos são uma bomba de benefícios para a saúde
São amplamente conhecidos os benefícios do exercício e da vitamina D para o organismo. Mas um estudo identificou uma relação positiva e direta entre ambos no sangue, que fornece evidências de que têm ainda mais eficácia quando ‘trabalham’ em conjunto, nomeadamente para a saúde cardiovascular.
Fazer exercício físico e ter bons níveis de vitamina D, em conjunto, funcionam como redutores do risco de ataques cardíacos e derrames, segundo uma equipa de investigação da Universidade Johns Hopkins, EUA.
No verão, a absorção de vitamina D através do sol é mais fácil, no entanto, no inverno, torna-se mais complicado. Ainda assim, segundo Erin Michos, um dos autores do estudo e professor de medicina, a exposição à luz solar por alguns minutos todos os dias, comer uma refeição equilibrada que inclua peixes como o salmão, juntamente com alimentos fortificados, como cereais e leite, podem ser fatores suficientes para fornecer níveis adequados de vitamina D para a maioria dos adultos.
Para a análise de dados, os investigadores utilizaram informações previamente recolhidas, em 1987, de 10.342 participantes inicialmente livres de doença cardíaca ou vascular. As informações sobre os participantes foram atualizadas e seguidas até 2013. Os participantes tinham uma idade média de 54 anos no início do estudo e 57% eram mulheres, 21% afro-americanos e os restantes participantes caucasianos.
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Na primeira visita entre 1987 e 1989, os participantes relataram os seus níveis de exercício, que foram comparados às recomendações da American Heart Association (AHA) de mais de 150 minutos por semana de exercício de intensidade moderada ou 75 minutos por semana ou mais de intensidade vigorosa. Essas informações serviram para classificar o nível de exercício de cada participante como adequado, intermédio ou fraco.
Cerca de 60% dos participantes revelaram uma quantidade de prática de exercício inadequada. O exercício foi convertido em tarefas metabólicas equivalentes (METs), uma escala de intensidade de exercício usada por cardiologistas e outros clínicos para avaliar a aptidão. Desta forma, calcularam os níveis de atividade física multiplicando METs por minutos por semana de exercício.
Na segunda visita, entre 1990 e 1992, cada participante mediu os níveis de vitamina D. Qualquer pessoa com menos de 20 nano gramas por mililitro de 25-hidroxivitamina D foi considerada com deficiência desta vitamina e acima de 20 nanogramas por mililitro foram considerados valores adequados. De acordo com os dados, 30% dos participantes tinha níveis inadequados de vitamina D.
Na primeira parte do seu estudo, a equipa de Johns Hopkins mostrou que os níveis de exercício correspondem positivamente aos níveis de vitamina D numa relação direta, o que significa que quanto mais exercício, maiores os níveis de vitamina D. No entanto, os cientistas só verificaram uma relação tão positiva entre o exercício e a vitamina D nos caucasianos e não nos afro-americanos. Descobriram também que os participantes mais ativos fisicamente e com os maiores níveis de vitamina D tinham menos risco (32%) de contrair doenças cardiovasculares no futuro.