Este Natal, não deixe ninguém sozinho!
A solidão é um sentimento subjetivo relacionado com a ausência de sentimento de pertença a um grupo.
O Natal é tipicamente, para a maioria dos portugueses, uma época de reuniões familiares e reencontro com amigos. No entanto, após dois anos de uma pandemia que alterou os nossos hábitos e fomentou o isolamento social, aumenta a probabilidade de ao nosso lado viver / estar alguém que sofre com a solidão.
Se estivermos atentos, podemos ajudar e fazer a diferença na vida de alguém. Esteja atento a quem o rodeia!
Qualquer pessoa, independentemente do género, idade, estado civil, profissão ou posição económica pode estar em situação de isolamento social. No entanto, existem algumas condições que aumentam esse risco: pessoas com doença mental, doentes crónicos, pessoas com mobilidade reduzida, em situação de incapacidade (transitória ou permanente) ou com dependência de substâncias (álcool, drogas, etc.) estão mais predispostas ao isolamento.
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O isolamento social pode desencadear na pessoa o sentimento de solidão. Ao contrário do que muitas vezes se possa pensar, não só os mais velhos ou quem vive sozinho sente solidão.
A solidão é um sentimento, subjetivo, relacionado com a ausência de sentimento de pertença a um grupo / comunidade, o que leva a que a pessoa se sinta “só” e/ou incompreendida e pode interferir com a sua qualidade de vida.
Como reconhecer alguém em risco de solidão?
São conhecidos alguns fatores de risco para o isolamento /solidão:
– Ausência do cônjuge ou de amigos /colegas: por exemplo, pessoas que não têm filhos, que se reformam, que ficam viúvas ou perdem outros familiares ou amigos próximos, ou ainda pessoas que são abandonadas pelos familiares, sobretudo, se forem idosos.
– Pobreza ou dificuldade financeira “de novo” /súbita.
– Outras situações negativas súbitas (por exemplo, desemprego, mudança de casa ou emprego ou passar a trabalhar a partir de casa).
– Institucionalização (entrada para centro de dia / lar ou centro de reabilitação).
– Diminuição da mobilidade ou surgimento de incapacidade.
– Doença crónica, nomeadamente doença mental (por exemplo, depressão).
– Violência (por exemplo pessoas que sofrem de maus tratos).
– Ser cuidador informal de alguém dependente, aumenta o isolamento, debilita a saúde física e mental e favorece o distanciamento do mercado de trabalho.
Por outro lado, sabemos que a existência de uma família funcional com relações harmoniosas e sem conflitos, bem como uma do autoestima e autonomia / independência são fatores protetores que ajudam a afastar a solidão.
Como podemos ajudar a combater a solidão?
Enquanto sociedade, todos podemos contribuir para criar oportunidades para que as pessoas participem em atividades sociais, recreativas ou desportivas.
Em termos individuais, quando suspeitamos que alguém se sente só (ou porque parece isolado ou porque apresenta fatores de risco e não tem fatores protetores contra a solidão), podemos ajudar a vários níveis, para que a pessoa se sinta acompanhada e integrada e que pode contar com a sua ajuda, caso precise.
São exemplos muito simples que podem ter um impacto determinante na vida de alguém que sofre com a solidão:
– Em casa ou no trabalho, convide o seu colega ou vizinho para beber um café e conversar.
– Mantenha relações sociais autênticas com os colegas de trabalho / ginásio / atividade recreativa. Mostre interesse pela sua vida pessoal, as suas dificuldades e os seus gostos.
– Quando não houver proximidade com a pessoa que lhe parece sentir-se só, envie uma mensagem ou aproveite quando se cruzarem para conversar.
– Partilhe informação sobre as iniciativas na sua comunidade.
– Se lhe for possível incentive o convívio ente pessoas que moram sozinhas.
– Não se esqueça da comunicação à distancia, por exemplo, através das redes sociais.
Esteja atento aos seus contactos. Não deixe que a correria do dia a dia lhe roube a oportunidade de ajudar alguém que se sente só.
Seja a melhor prenda de Natal que essa pessoa poderia receber!