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És aquilo que expiras: diferentes doenças têm diferentes assinaturas químicas

O estudo confirma a hipótese proposta pelos antigos gregos. Cada doença tem uma ‘assinatura química’ diferente e através dela é possível fazer diagnósticos com uma média de 86% de precisão.

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Segundo um estudo realizado por uma equipa de 56 investigadores, de cinco países, é possível diagnosticar doenças através de uma simples amostra do ar que a pessoa exala.

 

O estudo teve a participação de mais de 1400 pacientes e incluiu 17 doenças diferentes e não relacionadas: cancro de pulmão, cancro colo retal, cancro de cabeça e pescoço, cancro dos ovários, cancro da bexiga, cancro da próstata, cancro de rim, cancro de estômago, doença de Crohn, colite ulcerativa, síndrome do intestino irritável, doença de Parkinson (dois tipos), esclerose múltipla, hipertensão pulmonar, pré-eclâmpsia e doença renal crónica.

 

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As amostras foram coletadas entre janeiro de 2011 e junho 2014, a partir de 14 centros de nove departamentos médicos em cinco países: Israel, França, EUA, Letónia e China.

 

Os investigadores testaram a composição química das amostras de ar usando o método de espectrometria de massa que permitiu a deteção quantitiva exata dos compostos químicos que continham. Foram identificados 13 componentes químicos, em diferentes composições, em todas as 17 doenças.

 

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«Cada uma destas doenças são caracterizadas por uma única impressão digital, o que significa que têm uma composição diferente destes 13 componentes químicos. Assim como cada um de nós têm uma impressão digital única que nos distingue dos outros, cada doença tem uma assinatura química que a distingue de outras doenças e do estado normal de saúde», elucida Hossam Haick, autor líder do estudo e professor no Technion- Instituto de Tecnologia de Israel.

 

Com uma nova tecnologia chamada ‘nanoarray (matriz de objetos nanométricos) artificialmente inteligente’, os investigadores foram capazes de corroborar a eficácia clínica da tecnologia de diagnóstico. A matriz permite um diagnóstico rápido e barato e a classificação das doenças, com base na respiração do paciente, usando a inteligência artificial para analisar os dados obtidos a partir dos sensores.

 

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Para verificar a fiabilidade do sistema, foram examinados os efeitos de vários fatores potencialmente manipuladores (sexo, idade, tabagismo e localização geográfica) sobre a composição da amostra e descobriram que estes não têm qualquer influência.

 

«Cada um dos sensores responde a uma ampla gama de componentes de exalação», explica Haick. «A integração da informação fornece dados detalhados sobre as característica únicas das assinaturas respiratórias de várias doenças. O nosso sistema detetou e classificou várias doenças com uma precisão média de 86%».

 

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