É por respeito ou por medo?
Leia aqui sobre a confusão entre relações assentes no medo e as que se baseiam no respeito. Imagine como será a sua vida ao criar mais destas últimas…
Quando não está a obter a resposta que deseja, o que faz? Seja numa reunião com colega ou liderado, numa conversa com o/a companheiro/a ou num pedido a uma criança (e sim, às vezes, colegas e companheiros parecem crianças… J ), quando algo não lhe agrada ou não está a ter o que quer, o que surge em si?
EXIGE RESPEITO ou expressa respeito? PEDE COM UM “SENÃO…”, ameaçando, ou mostra como é importante para si, indicando as consequências naturais de não ter o que deseja? Sente-se inferiorizada e receosa ou sente-se desconectada de si e do outro? Pensa que vai perder o controlo (ou que não pode deixar que abusem de si) ou observa que algo está em falta naquele momento na relação, na interação?
Por momentos, deixemos de lado os conceitos, essas entidades mentais e inexistentes na vida real, quer o do medo quer o do respeito. Atente apenas na forma, na energia, também na estrutura com que é veiculado o “pedido de respeito”: o volume de voz está baixo, normal/audível ou alto/muito alto? O tom de voz como está? Sereno e estável ou aos altos e baixos, inconstante? as expressões faciais estão com ou sem tensão? A respiração está regular e profunda q.b., rápida e superficial ou “suspensa” e intervalada nas palavras? O tronco está na perpendicular ao chão ou inclinado? Se está inclinado, está na direcção do interlocutor ou na direcção contrária a este?
Bom, mais perguntas e observações sensoriais podem ser feitas. Talvez apenas umas estejam presentes, e outras ausentes, na sua situação específica. Na minha experiência, frequentemente observo expressões verbais e não verbais da pessoa “desrespeitada” que acredito serem mais de incutir (e primeiro sentir) medo do que pedir respeito. Outra situação parece-me ser a das pessoas que aprenderam que ter respeito, ser respeitada, é a outra pessoa “fazer o que eu quero que ela faça”, seguir as minhas ordens ou concordar com a minha opinião. E quando isso não acontece… lá vem, por exemplo, a testa enrugada, a tensão nos maxilares, o tom de voz seco, o vozeirão “intimidatório”.
São exemplos disso: o pai que ameaça a filha por ela se vestir diferente do que ele quer; a mãe que berra por o filho falar fora do tempo que ela entende; o colega que reage com insultos a observação sobre algo no seu trabalho ou atitude; o companheiro que se exalta por algo acontecer diferente da ideia que ele tem sobre como a rotina doméstica devia ser.
Para mim, isto é diferente de respeito. É imposição de autoridade, é medo de estar errada, medo de perder o controlo, desejo (inconsciente) de estar segura, ou correta, ou então é outra coisa qualquer.
E no seu caso, como tem expressado e pedido respeito?