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Diagnóstico precoce do cancro da mama

Conheça os fatores de risco e os exames que deve realizar para rastreio e prevenção.

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O que é o diagnóstico precoce do cancro da mama? É a sua identificação numa fase inicial quando este se encontra confinado à glândula mamária e muito provavelmente ainda não se disseminou, sendo por este motivo mais fácil e eficaz o seu tratamento.

 

Realizar os exames de rastreio com regularidade é a forma mais eficiente e fiável de diagnosticar prematuramente o cancro da mama, permitindo desta forma uma maior possibilidade de reduzir a taxa mortalidade associada a este tipo de cancro.

 

Assim, a principal finalidade do rastreio é diagnosticar a doença antes de ela causar quaisquer sinais ou sintomas. Usualmente, em pessoas assintomáticas os exames de rastreio detetam tumores com um tamanho mais pequeno e que estão geralmente limitados à glândula mamária. A dimensão do tumor e a sua metastização ou disseminação são dois dos elementos mais relevantes no prognóstico do cancro da mama.

 

VEJA TAMBÉM: O CANCRO DA MAMA E A RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA

 

A patologia mamária pode acontecer por diversos motivos, seja por antecedentes pessoais, história familiar, mas também por outros dados clínicos e epidemiológicos relevantes. Estes diversos elementos podem modificar as orientações a seguir perante situações de lesão mamária, entre as quais o cancro.

 

Os fatores de risco para esta doença são um dos elementos que têm clara repercussão nas orientações para o seu rastreio. Assim, é importante conhecer esses fatores de risco:

  • Idade: a probabilidade de ter cancro aumenta com a idade; uma mulher com mais de 55 anos apresenta maior risco e este é menos usual antes da menopausa.
  • História pessoal de cancro da mama: uma mulher que já tenha tido esta doença numa mama, tem maior risco de a ter na outra mama.
  • História familiar:  existe um risco aumentado se houver história familiar de cancro da mama, ou seja, se a mãe, uma irmã ou tia tiveram cancro da mama, (particularmente antes dos 40 anos). Também a existência de outros familiares com neoplasia mamária, quer do lado materno ou paterno da família pode contribuir para o aumento do risco.
  • Algumas lesões específicas da mama: mulheres que apresentem lesões/nódulos mamários que depois de analisados tenham, no exame citológico ou histológico, células com alterações classificadas como hiperplasia atípica ou o carcinoma ductal ou lobular in-situ, têm um risco aumentado de desenvolver cancro da mama.
  • Alterações genéticas: as mulheres que tem uma mutação no gene BRCA1 ou BRCA2, ou que são portadoras de síndrome de Li-Fraumeni, síndrome de Cowden ou síndrome de Bannayan-Riley-Ruvalcaba. Têm, também, maior risco as mulheres com parentes de 1º grau (pais, irmãos ou filhos) com a mutação do gene BRCA1 ou BRCA2 ou com parentes com um dos síndromes anteriormente referidos. Assim, em famílias onde várias mulheres tiveram cancro de mama, os testes genéticos podem revelar a existência de alterações genéticas especificas.
  • Radioterapia na região torácica: mulheres que realizaram radioterapia ao tórax, incluindo as mamas, antes dos 30 anos, apresentam um risco aumentado para cancro da mama; esta situação inclui mulheres com linfoma de Hodgkin que foram tratadas com radiação.
  • Densidade da mama: mulheres, sobretudo mais idosas, que apresentam, numa mamografia, uma quantidade substancial de tecido denso (não gordo), apresentam um risco aumentado para a neoplasia mamária.
  • Primeira gravidez depois dos 31 anos
  • História menstrual longa:  mulheres com a primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos de idade), com uma menopausa tardia (após os 55 anos) ou que nunca tiveram filhos, apresentam um risco aumentado.
  • Terapêutica hormonal de substituição: mulheres que tomam terapêutica hormonal para a menopausa, durante mais de 5 anos e sobretudo em idades acima dos 65 anos, parecem ter um aumento da probabilidade de desenvolver cancro da mama.
  • Raça: o cancro mamário ocorre com maior incidência em mulheres caucasianas (leucodérmicas), comparativamente a mulheres Latinas, Asiáticas ou Afro-Americanas.
  • Obesidade após a menopausa: as mulheres que são obesas, após a menopausa, têm uma maior probabilidade de desenvolver cancro da mama. Nas células adiposas do corpo são produzidos estrogénios (hormona feminina) é, assim, mais provável que as mulheres com obesidade tenham níveis mais elevados de estrogénios e, por essa razão, um risco aumentado para cancro da mama.
  • Sedentarismo: mulheres que não realizam exercício físico, parecem ter um risco aumentado para cancro da mama; a atividade física parece ajudar a diminuir este risco, visto que previne o aumento de peso e a obesidade.
  • Consumo de álcool: vários estudos indicam haver relação entre a quantidade de bebidas alcoólicas ingeridas e o risco aumentado de cancro da mama.

 

O diagnóstico precoce das lesões mamárias é realizado, fundamentalmente, através de exames imagiológicos de rastreio/prevenção:

Mamografia

Permanece o método de eleição na identificação imagiológica do cancro da mama, bem como na primeira abordagem diagnóstica de neoplasias que são reveladas clinicamente. Por outro lado, a mamografia pode diagnosticar alterações na mama que podem ser cancro anos antes do desenvolvimento de sintomas. Ao longo dos anos, numerosos estudos científicos têm demonstrado que as mulheres que efetuam este exame com regularidade têm uma maior probabilidade de diagnosticarem a neoplasia mamária precocemente, e têm uma menor probabilidade de necessitarem de terapêuticas mais radicais (exe: mastectomia), para além, de terem uma maior possibilidade de cura.

 

Ecografia

É um auxílio importante na deteção de algumas lesões malignas, em que é o exame de primeira linha. A ecografia é, sobretudo, utilizada como complemento da mamografia no diagnóstico de casos de cancro em mamas densas sem tradução mamográfica, melhorando a sensibilidade e a especificidade ao permitir uma melhor caracterização das lesões detetadas na mamografia;

 

Ressonância magnética

É o exame mais sensível na deteção do cancro da mama, tendo, contudo, alguns falsos positivos. É bastante útil na deteção e diagnóstico da neoplasia mamária, nomeadamente nas pacientes de alto risco, em casos de cancro oculto (quando existe adenopatia axilar metastática sem identificação do tumor pela mamografia e ecografia) e na doença de Paget da mama. A utilização deste exame é prática comum em mulheres candidatas a cirurgia conservadora.

 

Estas técnicas imagiológicas também ajudam no diagnóstico definitivo do cancro da mama, pois permitem, igualmente, orientar e guiar a realização de microbiópsias ou biópsias nas lesões suspeitas, com colheita de material que é depois enviado para exame histológico. De realçar que, sempre que uma lesão tem tradução ecográfica, deve optar-se por esta técnica por ser inócua, cómoda e por permitir avaliar em tempo real o trajeto, ao longo da lesão, da agulha de biópsia.

 

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