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Dezenas de organizações humanitárias juntam-se para pedir aos governos ações urgentes contra a fome no mundo

Uma carta aberta aos Estados e aos seus líderes pede medidas urgentes para ajudar 270 milhões de pessoas que enfrentam a fome em todo o mundo, sobretudo em zonas de conflito e violência. Divulgada pelo Conselho Internacional de Agências Voluntárias (ICVA), a carta salienta que todos os dias o mundo assiste a testemunhamos de sofrimento e resiliência de pessoas que tentam sobreviver mais um dia, e isso é inadmissível em pleno século XXI.

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Cerca de 260 organizações humanitárias que atuam em vários pontos do mundo juntaram-se numa carta aberta para pedir aos governos dos países medidas urgentes para combater a fome no mundo.

 

Divulgada pelo Conselho Internacional de Agências Voluntárias (ICVA), a carta salienta que todos os dias o mundo assiste a testemunhamos de sofrimento e resiliência de pessoas que tentam sobreviver mais um dia.

 

«Não há lugar para fome e inanição no século XXI. A história vai julgar-nos a todos nós pelas ações que tomamos hoje»

 

Os meninos e meninas, homens e mulheres, estão a morrer de fome devido aos conflitos e violência; à desigualdade; aos impactos das mudanças climáticas; devido à perda de terras, empregos ou perspetivas; ou devido a uma luta contra a COVID-19 que os deixou ainda mais para trás, alertam. «No Iémen, Afeganistão, Etiópia, Sudão do Sul, Burkina Faso, RDC, Honduras, Venezuela, Nigéria, Haiti, CAR, Uganda, Zimbabué, Sudão e outros, ajudamos as pessoas que estão a fazer tudo o que podem para simplesmente sobreviver mais um dia», referem as organizações signatárias, que assinalam ainda que «são as mulheres e as meninas as que mais sofrem».

 

«Todos os dias, compartilhamos histórias e evidências de fome e crescentes necessidades humanitárias. No entanto, isso não exige uma ação urgente ou financiamento suficiente. O fosso cada vez maior entre as grandes necessidades que enfrentamos e a assistência limitada que podemos fornecer ameaça roubar o que resta da esperança. Não podemos permitir que toda a esperança se perca», pode ler-se na carta, que atribui aos líderes dos países «uma responsabilidade única» para resolver a situação.

 

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Os signatários apelam a ajuda urgente: «Esta assistência deve começar imediatamente e chegar o mais diretamente possível às pessoas mais necessitadas, agora, para que possam agir para se alimentar hoje e no futuro. Todos os países devem contribuir com a sua parte plena e justa, sem desviar recursos do atendimento a outras necessidades humanitárias urgentes. Imploramos que intensifiquem os vossos esforços e trabalhem com todas as partes para acabar com o conflito e a violência em todas as suas formas».

 

As organizações pedem também que se ouça o apelo do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, para um cessar-fogo global, de forma a permitir que a assistência humanitária chegue às comunidades necessitadas sem impedimentos.

 

«Não há lugar para fome e inanição no século XXI. A história vai julgar-nos a todos nós pelas ações que tomamos hoje», finalizam na carta.

 

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