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Da Cardinal à Dona Maria, assim é o calendário da uva de mesa

A panóplia de variedades de uva de mesa é grande. Existem variedades brancas, pretas, rosadas, com ou sem grainha. E os meses de colheita, em Portugal, vão desde julho a novembro.

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Existem aromas e sabores que nos transportam para a infância. O aroma a terra e a vindima, acompanhados do sabor dos primeiros bagos da variedade cardinal, que eram colhidos com o cuidado e a delicadeza das senhoras, que mais parecia que estavam a fazer crochet. A forma de colheita não mudou assim tanto, o que mudou é que já não temos que esperar pelos meses de julho a outubro para comer uvas de novo!

 

Apesar de pertencerem ao mesmo género vitis vinífera, o que distingue as uvas de mesa das uvas de vinho, para além das variedades, são as suas características, nomeadamente, a sua polpa firme, crocante e carnuda, a pelicula fina e o bago grande.

 

A panóplia de variedades de uva de mesa é grande. Existem variedades brancas, pretas, rosadas, com ou sem grainha. Os meses de colheita, em Portugal, vão desde julho a novembro, sendo que para preencher todos estes meses é necessário escolher variedades com diferentes precocidades e diferentes exigências de luz e calor.

 

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CALENDÁRIO DE COLHEITA

De uma forma geral em Portugal, o calendário da colheita inicia-se com a variedade Cardinal, que tem uma textura crocante, muito doce e aromática. Original da Califórnia, é uma tinta, com grainha, bastante vigorosa. Os cachos são médio-grandes, têm uma cor rosa, nem sempre muito uniforme. O sabor, além de doce, é fresco, agradável e leve.

 

Uma ou duas semanas depois, inicia-se a variedade branca Vitória, originária da Roménia e que se destaca pela cor amarelo translúcida e textura muito consistente. Com grainha, apresenta cachos longos, piramidais.

 

Posteriormente, seguem-se as variedades Red Globe de cor rosada, com origem na Califórnia. É uma uva tinta, vermelha rosada, com grainha, que se destaca pelos cachos e bagos muito grandes. De sabor frutado e doce, com uma textura crocante. Esta é também a época de colher a variedade Alphonse Lavallé, obtida em França, com grainha, com bagos grandes, esféricos, de cor azul escura/violeta. De polpa medianamente crocante, tem um sabor simples e doce. Ao mesmo tempo, é colhida a Palieri, uma variedade original italiana, de cor preta/violeta, de cachos grandes e ovais, com uma polpa crocante, durável, suculenta e doce.

 

O ciclo é finalizado com duas variedades brancas. A Itália, naturalmente proveniente do país transalpino, destaca-se pelos bagos grandes e carnudos com semente, com a casca verde clara ou levemente amarelada; e, finalmente, a Dona Maria.

 

Esta última é uma variedade tipicamente portuguesa, muito apreciada pelo seu sabor a moscatel. Os cachos são grandes ou muito grandes, tal como os bagos, que apresentam uma cor verde-amarelado, num dos primeiros estádios de maturação, passando depois para uma tonalidade amarelo-palha e, por fim, quase dourada. A polpa é incolor, muito doce e um aroma a que ninguém fica indiferente.

 

As uvas lembram o verão, os lanches na praia, os churrascos e as vindimas nas aldeias. São extremamente ricas em fibras, vitaminas e minerais, assim como em propriedades antioxidantes.

UVAS JUL AGO SET OUT NOV
Cardinal X X X
Vitória X X
Red Globe X X X X
Itália X X
Alphonse Lavallé X X X
Autumn Black X X
Michele Palieri X X
D. Maria X X X
Branca sem grainha X X
Crimson Seedless X X X

 


Por Sandra Rodrigues

Eng.ª Agrónoma, fundadora da marca Dona Uva e da Organização de Produtores de Uva de Mesa, Frutalmente

 

 

 

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