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Crime, disse ela: o que podem os marketers aprender com o ‘true crime’

A onda do “true crime” tem vindo a crescer cada vez mais e a ganhar cada vez mais admiradores. Se é uma tendência temos de olhar para ela.

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Inspirada pelo novo thriller do João Tordo que ando a ler (“Cem anos de perdão”) e tendo em conta o crescente interesse que parece estar a haver sobre o true crime (a ver pelas séries que proliferam por aí na HBO e Netflix, por exemplo), resolvi explorar o porquê deste interesse pelo “crime” e se há lições que nós, marketers, possamos aprender.

 

Surpreendentemente, há mesmo! – de outra maneira o artigo tinha ficado sem efeito e estaria certamente a escrever sobre algo mais da época natalícia.

 

Numa era em que vivemos rodeados de informação, as intrigas de outros tempos (reais ou imaginárias), baseadas em teorias conspiratórias, já não alimentam a criatividade da ficção. Hoje, a sociedade – os consumidores de séries – quer construir e consumir relatos, mais ao estilo documentário sobre crimes reais, produzindo thrillers ou filmes de terror. Ao que parece, a onda do true crime tem vindo a crescer cada vez mais e a ganhar cada vez mais admiradores. Esta é uma realidade e já não é possível travá-la. Se é uma tendência temos de olhar para ela. 👀

 

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De acordo com Kevin Balfe, um dos fundadores da CrimeCon, o crescente interesse do público deve-se a “que a maioria dessas histórias representa o que todas as grandes histórias têm. Há um herói. Há um vilão. Geralmente há um mistério. Muitas vezes há um evento traumático. Geralmente há uma resolução “. O ser humano é curioso por natureza e não resiste quando há um mistério por resolver, que envolve situações não quotidianas, sobre pessoas que fogem do padrão. Aí a curiosidade aguça-se e o “espetador” envolve-se até conseguir descobrir a verdade ou até que seja reposta a justiça. Esta curiosidade faz com que fiquem ligados nas séries até ao seu fecho e que procurem depois por mais do mesmo estilo.

Poderíamos dedicar todo um artigo à ética destes conteúdos, mas esse não é o propósito deste texto. Hoje queremos saber o que podem os marketers aprender com as histórias de ‘true crime’. Na verdade, há 5 lições que podemos reter:

 

Ter um alvo

Todo o serial killer (assassino em série) tem um “tipo de alvo”. No marketing também é importante conhecer quem é o nosso público-alvo e dirigir a nossa comunicação para quem queremos atingir. É essencial, por isso, criar uma persona que identifique o nosso “cliente tipo”, incluindo motivações e hábitos de compra, estilo de comunicação preferido e pontos de dor. Com esta informação será mais fácil definir as mensagens relevantes para o público-alvo.

 

Ter um plano

Mais uma vez, os serial killer não agem sem ter um plano, detalhado, para cumprir à risca. Também os marketers devem ter uma estratégia sólida, com objetivos e KPI’s bem definidos, para que as suas campanhas e o seu plano de marketing sejam bem-sucedidos.

 

Não se desfazer o corpo

Há uma história de um assassino de 1893 que narra que, depois de matar as suas vítimas, o assassino usava os seus conhecimentos de medicina para preparar os corpos e depois vender os esqueletos a escolas e laboratórios médicos sem que ninguém desconfiasse. A lição? O conteúdo criado pode ser redirecionado de forma a alcançar diferentes públicos. Por exemplo, cortar um vídeo em stories mais pequenos para utilizar noutras plataformas; retirar partes de um infográfico para comunicar nas redes sociais; utilizar informação de um blog para um podcast.

Ser um perito em provas

Todos os detalhes contam e os assassinos sabem disso. Por vezes é a mais pequena coisa que leva a uma detenção, mas também é o mais pequeno detalhe que pode fazer um cliente optar por uma marca em detrimento de outra. Hoje em dia é cada vez mais difícil as marcas destacarem-se, mas, quando o fazem querem fazê-lo pelas razões certas (as boas). O escrutínio é também ele cada vez maior e as marcas estão muitas vezes debaixo de fogo por conteúdos que o consumidor pode considerar mais sensíveis. É preciso ter atenção aos detalhes, pesar bem cada palavra e cada imagem, saber bem para quem estamos a falar, como será interpretada a nossa mensagem em diferentes contextos e culturas.

 

Ter uma assinatura

Muitos assassinos em série deixam para trás uma assinatura única que acaba por ajudar a polícia a ligar os seus assassinatos. É crucial que os marketers definam o que torna a sua empresa, produto ou serviço únicos e se foquem nessa característica distintiva para trabalhar sobre ela. Essa será a assinatura da marca, produto, serviço ou empresa.

 

Estas dicas podem ajudar na construção de um plano de marketing robusto, desde a criação da persona até à sua implementação. Depois, é esperar que o veredicto do público seja positivo. 😊

Bom Natal!

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